A CNH Industrial, produtora e montadora de máquinas agrícolas e de construção, registrou lucro líquido de US$ 217 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita consolidada somou US$ 4,71 bilhões, recuo de 14% na comparação anual, segundo balanço da companhia publicado nesta sexta-feira, 1º de agosto. O lucro por ação caiu de US$ 0,32 para US$ 0,17.

O Brasil atuou dos dois lados dos resultados da CNH, em um “morde a assopra” no desempenho global da companhia de máquinas.

A alta na demanda por tratores, de 4% na América do Sul, puxada pelo País - mesmo com recuo de 6% nas colheitadeiras - impediu uma maior queda nas vendas da divisão de Agricultura da CNH.

Com menor volume de entregas e redução dos estoques nas concessionárias, a divisão apresentou recuo de 17% nas vendas, para US$ 3,25 bilhões. O lucro operacional ajustado na operação caiu 48%, para US$ 263 milhões, causada principalmente pela América do Norte, recuo foi de 37% nas vendas de tratores e de 23% em colheitadeiras.

A unidade de serviços financeiros da CNH teve lucro de US$ 87 milhões, recuo de 4% frente ao ano anterior. Nesse caso, o Brasil influenciou negativamente os números da companhia.

A empresa citou aumento dos custos de risco no País e maior inadimplência - taxa de atraso superior a 30 dias - que passou de 2,5% para 3,9% no consolidado global, puxada pelo mercado brasileiro.

Apesar dos números negativos, a CNH reafirmou sua projeção para o ano, mesmo diante de uma demanda mais fraca no setor e do escoamento de estoques pelos revendedores. O fluxo de caixa livre das atividades industriais foi de US$ 451 milhões, alta de US$ 311 milhões na comparação anual.

“O segundo trimestre refletiu os desafios contínuos do mercado, mas conseguimos manter nossas metas com disciplina e execução consistente”, relatou o CEO da CNH, Gerrit Marx, no comunicado. Segundo ele, a empresa segue investindo em produtos e tecnologias voltadas a agricultores e construtores.

A CNH prevê queda nas vendas globais de equipamentos agrícolas e de construção em 2025. A projeção é de retração entre 12% e 20% na receita do segmento agrícola e de 4% a 15% na área de construção, considerando efeitos cambiais.

A empresa informou que segue comprometida com corte de custos e redução de produção para equilibrar estoques. A expectativa é que o lucro por ação ajustado fique entre US$ 0,50 e US$ 0,70 no ano, com fluxo de caixa livre industrial entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões.

Ainda no balanço do segundo trimestre de 2025, a divisão de construção da CNH teve queda de 13% nas vendas, para US$ 773 milhões.

O lucro operacional ajustado caiu 42%, para US$ 35 milhões. A margem bruta foi de 15,7%, contra 16,5% no segundo trimestre de 2024. A CNH atribui a queda também ao recuo do mercado norte-americano, seu principal cliente.

Resumo

  • A CNH Industrial registrou lucro líquido de US$ 217 milhões no 2º trimestre de 2025 — queda de 46% em relação ao ano anterior
  • O Brasil impulsionou vendas de tratores na América do Sul, mas contribuiu negativamente com aumento da inadimplência em serviços financeiros
  • A divisão de Agricultura teve retração de 17% nas vendas e queda de 48% no lucro operacional ajustado, com forte impacto da América do Norte