Investir, plantar e colher no longo-prazo. O resumo da experiência média de qualquer agricultor ilustra bem o momento atual da Bioma, empresa paranaense que atua no segmento de insumos microbiológicos.

Da safra 2023/2024 para a temporada atual, a companhia investiu R$ 350 milhões para ampliar a capacidade de produção de sua fábrica, localizada na cidade de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba.

De acordo com o diretor comercial da empresa, Márcio Araújo, a Bioma expandiu em 150% a sua produção e hoje é capaz de produzir 80 milhões de doses de inoculantes anualmente em sua planta de 23 hectares, algo em torno de 230 mil metros quadrados.

Com o investimento, que utilizou financiamento bancário e parte do próprio caixa da empresa, a ideia é também desenvolver novos produtos formulados a partir de vírus e fungos.

A Bioma investe em P&D dentro de casa e em parcerias com universidades e instituições de pesquisa.

“A nossa meta é trazer uma excelência industrial e pensar nos produtos para além do microorganismos, na formulação. Isso faz toda diferença, pois ele precisa estar vivo no campo”, conta o diretor.

Esse investimento deve trazer também uma expansão na equipe comercial da Bioma. Hoje são 120 consultores técnicos de venda (CTVs) espalhados por todo o País. Nos próximos cinco anos, o número deve chegar às 300 pessoas.

“O objetivo da companhia é atingir um crescimento de 200% nos próximos 5 anos, alcançando o top 5 do mercado nacional de microbiológicos”, avaliou o diretor.

A Bioma foi fundada em 2017 e, nos primeiros anos de vida, atuava num modelo B2B, vendendo soluções para outras empresas do segmento de fertilizantes.Foi somente no ano passado que a companhia passou a atuar junto a revendas e produtores rurais.

De acordo com Araújo, as vendas B2C já representam 80% do faturamento da empresa, que acessa principalmente os produtores via distribuidores, mas também vende direto para grandes grupos agrícolas.

O grande carro-chefe da Bioma são os inoculantes. A companhia foi responsável por desenvolver, em conjunto com a Embrapa, o primeiro solubilizador de fósforo do País. Nas estimativas da estatal, a tecnologia já trata mais de 5 milhões de hectares e está presente em 7,8% de toda a cultura da soja.

A empresa conta com um portfólio de 13 produtos, que, segundo o diretor, atendem as culturas de gãos como soja, milho, feijão, amendoim, trigo, café, hortifruti e até pastagens. Os grãos somam 90% do faturamento.

“Nosso projeto é conseguir diminuir a dependência deles no faturamento, com expansão forte para outras culturas como café, hortifruti e cana-de-açúcar”, afirmou Márcio Araújo.

Em termos regionais, a companhia possui uma gerência regional que contempla o Oeste da Bahia e Tocantins, outra para atuar no Maranhão, Piauí e Pará, outra que atende Mato Grosso, Roraima e Acre, e mais duas para o Sudeste e para o Sul.