A Riza Asset, gestora que criou o primeiro fundo imobiliário de terras (quando nem existia o Fiagro) está no mercado mais uma vez - em busca de R$ 400 milhões.
A gestora publicou ontem em seu perfil no Linkedin que abriu nessa semana, o período de subscrição para os investidores interessados em comprar cotas da quarta emissão do seu fundo Terrax (RZTR11), um fundo imobiliário focado na aquisição de terras agrícolas.
De acordo com a Riza, o Terrax é o primeiro fundo de investimento imobiliário listado na B3 que tem por objetivo investir exclusivamente em terras agrícolas no Brasil.
Se tudo der certo, a quarta emissão adicionará R$ 400 milhões ao patrimônio do fundo e mais 4 milhões de novas cotas. O preço de subscrição é de R$ 101,86 por cota, e o investidor interessado terá de comprar, no mínimo, 51 cotas, o equivalente a pouco mais de R$ 5 mil.
A emissão é coordenada pela XP e tem a Genial Investimentos como administradora.
O fundo acabou de encerrar sua terceira emissão, onde captou pouco mais de R$ 291 milhões e emitiu mais de 265 mil novas cotas. O valor captado veio bem abaixo do que a empresa pretendia. De acordo com a lâmina da oferta, o fundo buscava R$ 750 milhões.
Mesmo assim, a Riza pontuou, no relatório de gestão de dezembro do Terrax que “o crescimento do fundo é importante para mitigação de risco e aumento da liquidez das cotas no mercado secundário”.
A terceira emissão se encerrou em dezembro, e menos de um mês depois, a empresa já busca a quarta emissão, mas agora com um valor menor do que o pretendido na terceira.
No relatório de dezembro, a gestão do fundo afirmou que estava finalizando a alocação do volume captado.
“O fundo, seguindo sua estratégia, pretende identificar potenciais compradores para a propriedade ao longo do ano de 2024, visando capturar os ganhos imobiliários resultantes da transformação do ativo”, pontuou a Riza no relatório.
O Riza Terrax, apesar de ter uma característica de Fiagro, é um fundo imobiliário, pois foi lançado antes da regulamentação dos Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais.
Um executivo próximo da gestora explicou ao AgFeed que essa quarta emissão funcionará como um complemento da terceira, que não teve seu valor pretendido completo.
Fontes de mercado dizem que a janela para atrair os investidores interessados foi mais complexa em dezembro, quando a Riza abriu o período de subscrição. As festas de fim de ano e o calendário mais apertado prejudicaram a divulgação da emissão, que atingiu 38% do esperado.
Com isso, a Riza liquidou a operação da terceira emissão e já abriu a quarta nesta semana, entendendo que “o momento é positivo para a operação”. Se a quarta emissão bater os R$ 400 milhões pretendidos, a empresa terá aumentado o tamanho do fundo em quase R$ 700 milhões, um valor próximo ao que a gestora esperava captar na terceira.
No relatório de dezembro de gestão do fundo, a Riza comenta que já começou a alocação da terceira emissão, mesmo enquanto busca os recursos da quarta. Depois da liquidação da terceira emissão, o patrimônio do Terrax atingiu os R$ 1,3 bilhão.
Segundo essa mesma fonte, o dinheiro captado nessas emissões deve servir para comprar mais oito ou nove fazendas. “A ideia é diversificar em geografia, indo para o Matopiba”. Atualmente são 16 propriedades sob gestão do fundo, sendo sete no Mato Grosso.
Procurada, a Riza Asset não comentou sobre a nova emissão por estar em período de silêncio.
Na primeira emissão, realizada em 2020, a Riza levantou R$ 490 milhões, com cada cota custando R$ 100. Em 2021, a empresa realizou o primeiro follow-on, e captou mais de R$ 600 milhões na segunda emissão, onde teve demanda por um lote extra.
No portfólio atual, o Terrax possui cerca de 20 propriedades, sendo sete no Mato Grosso. As fazendas são diversificadas, e contam com produtores de milho, soja e algodão. Ao todo, são quase 50 mil hectares dentro do fundo.
No início de janeiro, o Riza Terrax distribuiu R$ 1,10 por cota referente ao mês de dezembro, equivalente a um dividend yield de 1,01% e também distribuiu R$0,48 por cota para os cotistas que exerceram o direito de subscrição na 3ª emissão pública de cotas.
A cota negociada no mercado secundário variou de R$ 102,06 para R$ 108,40 reais, uma alta de 7,6%.