Com a chegada das chuvas em boa parte das regiões produtoras, o início do plantio da soja no Brasil já pode ser considerado o mais acelerado da história, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 26 de setembro, pela Pátria Agronegócios.

Até agora já foram semeados 4,16% da área esperada pela consultoria. Uma das razões, explica Matheus Pereira, diretor e um dos fundadores da Pátria, é o ritmo do plantio no Paraná, que deu velocidade aos trabalhos.

De acordo com o levantamento, a área plantada nesta mesma época do ano passado estava em 0,54%. Em 2023, era de 1,98% e na média dos últimos 5 anos o índice seria de 1,37% para este mesmo período do ano.

"O Paraná obteve uma liminar para encerrar o vazio sanitário antecipadamente e começar o plantio ainda em 1º de setembro. O estado seguiu o mesmo caminho legal que havia feito o Mato Grosso no ano passado e deu certo”, explicou Pereira, ao AgFeed.

Sem a liminar, os paranaenses poderiam iniciar o plantio apenas a partir de 19 de setembro. A determinação inicial para que o início do plantio ocorresse apenas na segunda quinzena deste mês tinha como objetivo diminuir a proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, doença mais severa da cultura da soja, que pode causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada.

No Paraná, segundo a Pátria, 18% da área esperada já foi semeada. Já em Mato Grosso, maior produtor de soja do País, o plantio está em 6%.

Além dos produtores paranaenses, especialmente da região Sudoeste, o Norte do Mato Grosso está ajudando e puxando para cima estes índices.

Com a previsão de incidência de La Niña para o início de 2026, o maior foco de atenção é o Rio Grande do Sul.

“Devemos ter chuvas estáveis em todo o Brasil, mas, infelizmente, novamente podemos ter escassez hídrica no Rio Grande do Sul”, alertou Maurício Buffon, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja).

De acordo com projeções da Conab, a safra brasileira de soja deve alcançar novo recorde, chegando a 177,67 milhões de toneladas.

Se confirmado, o volume será 3,6% superior ao alcançado na safra 2024/2025, que ficou em 171,47 milhões de toneladas. As 6 milhões de toneladas extras levam em consideração a maior área cultivada com a oleaginosa, 3,7% superior ao ciclo anterior, com a previsão de alcançar 49,1 milhões de hectares.