As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgados nesta sexta-feira, 7 de novembro. Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas, alta de 8,2% sobre o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Com isso, as exportações de carne de frango no acumulado entre janeiro e outubro atingiram 4,378 milhões de toneladas, apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

“O desempenho de outubro é o maior desde março de 2023, quando registramos o recorde mensal do setor. Com os expressivos embarques do mês, praticamente zeramos a diferença entre os volumes embarcados neste ano e no ano passado, revisando as projeções para um provável crescimento em toneladas embarcadas para os doze meses de 2025”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Em entrevista ao AgFeed nesta semana, Santin havia antecipado que o setor esperava encerrar o ano com uma leve alta ante as exportações recordes de 2024, com 5,295 milhões de toneladas. A estimativa anterior apontava queda de 2%, graças aos embargos sofridos pelo País após o foco de gripe aviária em maio em uma granja de Montenegro (RS).

Os embargos foram levantados após as ações sanitárias que bloquearam o avanço e hoje a China foi o penúltimo país a retomar as compras de frango - ficou mantida somente uma restrição dos chineses ao frango gaúcho, em função de um caso de doença de Newcastle.

Apenas o Canadá ainda mantém a restrição relacionada à gripe aviária. Segundo a ABPA, a nova estimativa para o encerramento do ano, bem como as projeções para 2026 devem ser divulgadas em dezembro.

“Houve um amplo e altamente profissional trabalho de negociação neste processo, que incluiu a renegociação de certificados sanitários para evitar suspensões totais de países em eventuais novas ocorrências. Junto a isso, um amplo e intenso esforço diplomático engajado pelo governo brasileiro, juntamente com os entes privados liderados pela ABPA, para a retomada das exportações dos mercados suspensos”, informou Santin.

Faturamento

Se em volume as vendas de 2025 zeraram os prejuízos com a gripe aviárias, o faturamento ainda segue abaixo do registrado no ano passado. A receita das exportações de outubro somaram US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões.

No acumulado anual de janeiro a outubro, o faturamento atingiu US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Principal destino das exportações de carne de frango, a África do Sul importou 53,7 mil toneladas em outubro, saldo 126,9% maior em relação ao ano anterior. Em seguida estão Emirados Árabes Unidos, com 40,9 mil toneladas, alta de 32%, Arábia Saudita, com 36,63 mil toneladas, aumento de 66,1%, Filipinas, com 34 mil toneladas (+38,2%) e Japão, com 29,7 mil toneladas (-25,5%).

Até maio, a China era a maior importadora de carne de frango do Brasil. Apenas nos cinco primeiros meses do ano, o país havia importado 228,2 mil toneladas de carne de frango, 10,4% do total exportado pelo Brasil até então, com receita de US$ 545,8 milhões.

“A retomada da China deverá ser um novo fator a influenciar significativamente e de forma positiva o resultado na reta final deste ano para o setor”, ressalta Santin.

O Paraná segue como maior exportador de carne de frango do Brasil, com 205,1 mil toneladas no mês passado, aumento de 7,9% no comparativo anual, seguido por Santa Catarina, com 111,6 mil toneladas, aumento de 5,8%, Rio Grande do Sul, com 60,9 mil toneladas (+8,8%), São Paulo, com 32,2 mil toneladas (+12,3%) e Goiás, com 27,3 mil toneladas (+44,4%).

Resumo

  • O Brasil exportou 501,3 mil toneladas de carne de frango em outubro, alta de 8,2%, o segundo maior volume mensal da história
  • Com o resultado, o setor praticamente zerou as perdas do ano e deve encerrar 2025 com leve crescimento nas exportações
  • A ABPA destacou o papel do governo e da diplomacia na reabertura do mercado chinês, penúltimo a suspender o embargo