No competitivo universo da biotecnologia aplicada ao agronegócio, a liderança não se conquista apenas com inovação — ela se sustenta com disciplina, consistência e visão de longo prazo.

A presença de empresas brasileiras em um evento global como a ABIM 2025, na Suíça, ilustra essa jornada: transformar conhecimento científico em soluções industriais de escala mundial é tarefa para organizações que unem inteligência técnica e execução impecável.

Participar desse ambiente internacional, que conecta delegações de todos os continentes, é mais do que uma oportunidade de mostrar resultados — é um exercício de aprendizado e benchmarking. Cada encontro com players globais permite observar o que há de mais avançado em pesquisa, formulação e regulação, e reforça o valor da precisão na construção de estratégias sólidas.

O mercado de bioinsumos é um reflexo claro dessa dinâmica. Segundo a DunhamTrimmer, agência internacional de inteligência voltada à biotecnologia, o Brasil já movimenta mais de US$ 1,3 bilhão em bioinsumos e deverá ultrapassar US$ 3 bilhões até 2030.

O país deve responder por mais de 20% do crescimento global em biocontrole entre 2021 e 2030. Esses números reforçam a posição do Brasil não apenas como um grande consumidor, mas como um dos motores do avanço mundial em soluções biológicas.

Para manter essa trajetória, é preciso mais do que escala: é necessário método, rigor e qualidade.

A trajetória de empresas como a Cogny mostra que a capacidade de competir globalmente nasce da integração entre pesquisa, produção e gestão. É esse modelo, fundamentado em disciplina operacional e rigor técnico, que faz da biotecnologia brasileira uma referência.

Da bioprospecção ao registro de produtos, há um caminho de método, controle e especialização que diferencia as companhias preparadas para o cenário internacional.

Esse é um terreno que exige mais do que boa vontade ou capital. Exige competência, paciência científica, responsabilidade industrial e clareza estratégica.

Produzir um bioinsumo de qualidade não é simplesmente multiplicar microorganismos — é garantir estabilidade, segurança e performance no campo, dentro de parâmetros que atendam às normas internacionais. É esse cuidado que transforma empresas em multinacionais competitivas.

Mesmo com o avanço tecnológico e o crescimento do setor, o maior desafio segue sendo humano: engajar pessoas em torno de uma visão comum e manter a disciplina para executá-la todos os dias. A biotecnologia é feita de precisão, mas também de cultura organizacional.

É o tipo de indústria que recompensa quem sabe transformar conhecimento em valor — e visão em resultado.

Ao marcar presença em fóruns internacionais como a ABIM, o Brasil mostra que possui algo raro, como empresas capazes de unir escala, ciência e estratégia. Em um setor onde qualidade e confiança definem liderança, é a disciplina que faz a diferença entre quem sonha e quem constrói o futuro.

Jair A.Swarowsky é vice-presidente Comercial e de Marketing(CCO) da Cogny.