O cenário positivo de preços para pecuaristas e produtores de café e laranja deve persistir em 2025. As culturas estão entre as que puxarão o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira em 2025.
De acordo com estimativa divulgada hoje pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o VBP deve atingir R$ 1,46 trilhão em este ano, alta de 9,1% em relação a 2024.
O VBP corresponde ao faturamento bruto do setor primário, ou dentro da porteira, considerando a produção agrícola e a pecuária, com base na média dos preços reais recebidos pelos produtores de todo o país.
Segundo a CNA, a agricultura deve se recuperar com as melhores condições climáticas para a produção e crescer 9% em 2025 na comparação com o ano passado, chegando a R$ 966,5 bilhões de receita.
Principal cultura do País com 37% de participação no VBP total, a soja deve ter uma alta de 7,3% no faturamento, para R$ 358,48 bilhões. Esse aumento será puxado, no entanto, pela alta de 12,4% na produção da oleaginosa, já que os preços devem recuar 4,5% este ano.
O cenário para o milho é positivo nas duas variáveis. A CNA estima que o VBP do cereal avance 17,6%, para R$ 150,83 bilhões, com estimativas de aumentos de produção em 5,46%, e de 11,6% nos preços.
Um dos vilões da inflação, o café deve seguir caro ao consumidor em 2025, já que a estimativa é alta nos valores pagos aos produtores.
O aumento de 62,8% nos preços ajudará para uma alta estimada de 42,6% no VBP do café arábica, para R$ 80,9 bilhões. A produção da variedade, no entanto, deve cair 12,4%.
Já o VBP do café robusta deve disparar 81,1%, para R$ 33,9 bilhões, com altas de 54,5% no preço e de 17,2% na produção.
O faturamento dos produtores de laranja deve avançar 17% em 2025, segundo a CNA, com aumento de 15,7% nos preços recebidos por caixa de 40,8 quilos, e de 2,7% na oferta da fruta.
Pecuária
Na pecuária, a projeção para o VBP em 2025 é de R$ 496,4 bilhões, faturamento 9,2% superior ao de 2024. A carne bovina, que responde por 50,1% da receita pecuária, deve ter alta de 17,8% na receita, para R$ 248,6 bilhões.
A estimativa de alta ocorre pelo aumento previsto para o preço da arroba, de 21,2%. Já a produção de carne bovina deve ficar praticamente estável, com queda de 2,9% sobre 2024.
Segundo a CNA, a queda na produção ocorre pela inversão do ciclo pecuário, dada a maior retenção de fêmeas e a diminuição de oferta para abate.