As exportações brasileiras de carne de frango in natura e processada somaram 394,6 mil toneladas em agosto, crescimento de 3,9% em relação às 379,8 mil toneladas embarcadas no mesmo mês de 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Apesar do aumento no volume, a receita recuou 11,9%, para US$ 699,4 milhões, frente aos US$ 793,6 milhões registrados no ano anterior.
No acumulado de janeiro a agosto, os embarques de frango somaram 3,394 milhões de toneladas, leve queda de 1,1% frente ao mesmo período de 2024, de 3,432 milhões de toneladas. Em receita, a retração foi de 0,2%, para US$ 6,308 bilhões, em comparação aos US$ 6,319 bilhões dos oito primeiros meses do ano passado.
Em nota, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, avaliou que os números refletem a estabilidade conquistada após o Brasil recuperar gradativamente o status de país livre de influenza aviária nos principais mercados.
Após um foco de gripe aviária em maio, em Montenegro (RS), parceiros comerciais suspenderam as compras, o que prejudicou o ritmo das exportações brasileiras. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, reagiu com reforço das medidas de biossegurança e negociações diplomáticas para restabelecer a confiança dos compradores até a recuperação do status sanitário.
Com isso, houve a reabertura gradual. Esta semana, a União Europeia anunciou a suspensão do embargo. Com a normalização, a expectativa é de crescimento nas vendas externas, de acordo com o presidente da ABPA.
“O desempenho do mês de agosto manteve a estabilidade de embarques notada desde a reconquista do status de livre de influenza aviária, o que deve se alterar positivamente com as recentes retomadas das importações pelo Chile e a oficialização da reabertura da União Europeia”, relatou Santin.
Entre os destinos da carne de frango, o destaque foi o México, que liderou pela primeira vez as compras, com 37,5 mil toneladas, avanço de 873,3% na comparação anual, após ações da ABPA para preservar o fluxo comercial.
Na sequência aparecem Emirados Árabes Unidos (32,5 mil toneladas, queda 16,9%), Japão (30,3 mil toneladas, queda 22,2%), Arábia Saudita (27 mil toneladas, alta de 0,6%) e África do Sul (25,7 mil toneladas, queda de 8,4%)
No recorte por estados, o Paraná segue como principal exportador, com 158,7 mil toneladas embarcadas em agosto, leve queda de 1,6%. Em seguida, estão Santa Catarina, com 89,7 mil toneladas e alta de 6,5%; Rio Grande do Sul, com 44,1 mil toneladas, alta de 16,6% e São Paulo, com 24,5 mil toneladas, alta de 3% na comparação anual.
Ovos
Já as exportações brasileiras de ovos seguem com forte alta, mesmo com suspensões pontuais por causa da gripe aviária. Em agosto, os embarques somaram 2.129 toneladas, avanço de 71,9% frente ao mesmo mês de 2024, de 1.239 toneladas. A receita com as vendas externas alcançou US$ 5,729 milhões, crescimento de 90,8% sobre o resultado de agosto do ano passado, de US$ 3,003 milhões.
No acumulado do ano, as exportações de ovos totalizam 32.303 toneladas, número 192,2% superior ao do mesmo período de 2024, de 11.057 toneladas. A receita também disparou, chegando a US$ 75,295 milhões, incremento de 214,5% frente aos US$ 23,943 milhões registrados no ano anterior.
Os principais destinos em agosto foram o Japão, com 578 toneladas, alta de 328,5%; Estados Unidos, com 439 toneladas, alta de 628,9%; e México, com 304 toneladas.
Segundo Santin, os embarques aos Estados Unidos foram afetados pelo tarifaço, enquanto houve retomada de mercados como os Emirados Árabes e fortalecimento em novos, como o México. “De qualquer forma, não são esperados efeitos significativos à oferta interna de ovos, já que exportamos menos de 2% de nossa produção”, ressaltou.
Segundo a ABPA, com a retomada de mercados estratégicos de frango e o bom desempenho também das vendas de ovos, o setor projeta recuperação mais consistente da receita nos próximos meses, embora o cenário global de custos e preços ainda pressione as margens dos exportadores brasileiros.
Resumo
- Brasil exporta 394,6 mil t de frango em agosto (+3,9%), mas receita cai 11,9% para US$ 699,4 milhões
- México lidera importações de frango, com alta de 873%, enquanto União Europeia retoma compras após embargo
- Exportações de ovos disparam 71,9% no mês e acumulam alta de 192% no ano, com destaque para Japão, EUA e México