A gigante de insumos e sementes Corteva começou 2025 com resultados positivos. A empresa previa um ano de crescimento e, a julgar pelo primeiro balanço do novo ciclo, a expectativa está se confirmando.
A companhia divulgou os dados do primeiro trimestre deste ano na quarta-feira, dia 7 de abril. Nos três primeiros meses de 2025, a Corteva teve um lucro líquido de US$ 667 milhões, o que representa uma alta de 77% em relação aos US$ 376 milhões registrados no mesmo período de 2024.
Já a receita líquida teve uma pequena contração, caindo 2%, passando de US$ 4,492 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 4,417 bilhões agora. Mas a receita orgânica, que exclui o efeito cambial, cresceu 3%.
Entre os setores, a divisão de Crop Protection teve uma queda de 2% em sua receita, passando de US$ 1,741 bilhão no começo de 2024 para US$ 1,710 bilhão agora. O recuo, segundo a Corteva, esteve relacionado ao impacto negativo de 5% vindo do câmbio, liderado pelo real, pela lira e pelo euro, associado a uma queda de 2% nos preços – ainda que parcialmente compensadas por aumento de 5% no volume.
A América Latina foi a única região onde as vendas do segmento cresceram, subindo de US$ 244 milhões nos três primeiros meses de 2024 para US$ 257 milhões no mesmo período de 2025, alta de 5%.
Em contrapartida, o pior resultado veio da região Ásia-Pacífico, com queda de 10% na receita, passando de US$ 211 milhões para US$ 189 milhões. Também houve retração na região chamada EMEA, que inclui Europa, Oriente Médio e Ásia, com queda de 3%, passando de US$ 670 milhões no início de 2024 para US$ 651 milhões agora.
Na América do Norte, os números ficaram estáveis, passando de US$ 616 milhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 613 milhões no mesmo período de 2025
O Ebtida operacional da área cresceu 22%, chegando a US$ 377 milhões, ante US$ 310 milhões no começo de 2024. A Corteva cita que alguns fatores associados – custo de matéria-prima, produtividade e crescimento de volume – mais que compensaram os preços mais baixos e o efeito negativo do câmbio.
No negócio de sementes, a receita também recuou 2% no período, passando de US$ 2,751 milhões para US$ 2,707 milhões. O pior resultado veio da América Latina, com queda de 32%, passando de US$ 271 milhões para US$ 185 milhões, seguido pela região EMEA, que recuou 10%, fechando o período com uma receita de US$ 826 milhões, ante US$ 918 milhões.
A Corteva explicou que a queda na América Latina esteve relacionada principalmente à redução da área de milho na safra da Argentina. Por outro lado, houve um aumento de volume decorrente da expansão da área de milho na América do Norte e no Brasil.
Em sementes, houve crescimento na América do Norte, com a receita passando de US$ 1,471 bilhão para US$ 1,597 bilhão, alta de 9%. O mesmo percentual foi registrado na região Ásia-Pacífico, com alta de 9%, indo de US$ 91 milhões para US$ 99 milhões.
O Ebtida operacional da área cresceu 13%, chegando a US$ 842 milhões nos três primeiros meses deste ano, ante US$ 748 milhões no mesmo período de 2024.
A Corteva trouxe também perspectivas para o ano de 2025. Para a companhia, os fundamentos do agronegócio estão "um tanto mistos", uma vez que, de um lado, a demanda de tecnologia nas fazendas continua forte, mas de outro, preços de commodities e margens de uma forma geral estão mais moderados e os estoque globais de milho estão nos patamares mais baixos em mais de uma década.
A companhia também espera um ambiente"praticamente estável" na área de Crop Protection, com ganhos de volume sendo compensados por pressões nos preços.
Além disso, a empresa também mencionou a nova política comercial dos Estados Unidos. A Corteva salientou que, embora os efeitos das tarifas ainda não tenham sido formalmente incluídos em suas projeções, não espera que exista um impacto líquido relevante nos números do ano. "A demanda global por grãos e oleaginosas não deve recuar, independentemente de possíveis mudanças nos fluxos de comércio", disse a Corteva.
Dessa forma, a companhia manteve suas projeções de resultados para o ano, com a receita líquida girando entre US$ 17,2 bilhões e US$ 17,6 bilhões e o Ebtida operacional na faixa de US$ 3,6 bilhões a US$ 3,8 bilhões.
Os investidores reagiram bem aos números divulgados pela companhia. Às 11h10 (Horário de Brasília) desta quinta-feira, as ações da Corteva subiam 3,09%, cotadas a US$ 64,41.
Resumo
- A Corteva registrou lucro líquido de US$ 667 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 77% em relação ao mesmo período de 2024
- A receita líquida caiu 2%, passando de US$ 4,492 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 4,417 bilhões no mesmo período de 2025, sob efeito cambial
- Na divisão por segmentos, Crop Protection teve queda de 2% em suas receitas, assim como Seeds, que também recuou 2%