CNH vende menos nas Américas e lucro cai 67% no primeiro trimestre

Com queda nas vendas nas Américas, tanto do Sul quanto do Norte, a CNH, dona das marcas Case IH e New Holland, fechou o primeiro trimestre de 2025 com um lucro 67% menor que no mesmo período do ano passado.

A empresa registrou um recuo de 15% nas vendas nos dois continentes, citando uma menor demanda de tratores e colheitadeiras. A região, que responde por mais de dois terços do faturamento agrícola da companhia, perdeu US$ 320 milhões em receita em um ano, o que teve peso direto na queda de lucro da empresa.

No caso da América do Sul, a própria CNH reconheceu que a demanda da indústria cresceu levemente no trimestre, impulsionada por mais vendas de colheitadeiras no Brasil, mas que sua participação de mercado caiu.

Segundo a companhia, o recuo nas vendas na região refletiu um primeiro trimestre forte em 2024 e um desempenho mais fraco na Argentina.

O lucro líquido atribuído aos acionistas da CNH, indicador que exclui ganhos de subsidiárias e joint-ventures, atingiu US$ 132 milhões no trimestre, uma baixa de 67% frente aos US$ 369 milhões registrados de janeiro a março de 2024.

A receita líquida global de vendas industriais caiu 23%, totalizando US$ 3,1 bilhões. Desse total, US$ 2,6 bilhões vieram do segmento agrícola.

No balanço, a empresa citou que os estoques no canal de distribuição continuam elevados e o comportamento de pedidos por parte dos distribuidores “segue cauteloso e em linha com as expectativas para um ambiente de mercado mais fraco”.

A CNH ainda disse, em uma apresentação sobre o balanço, que o tarifaço global de Trump traz alguns impactos ao negócio, mas nem tanto. A empresa cita que o aço utilizado pelas suas fábricas americanas são 95% provenientes da indústria interna, e que suas instalações por lá já “estão produzindo em níveis baixos devido à demanda prevista da indústria”.

Apesar disso, cita que a demanda por exportações de commodities dos EUA pode diminuir, com agricultores esperando programas governamentais de apoio para compensar os impactos tarifários.

A CNH projeta que em 2025 as vendas do segmento agrícola recuem de 12% a 20%. No ano passado, a unidade vendeu US$ 14 bilhões.