Duas novas rotas de escoamento da produção pelo Norte e pelo Oeste do Brasil caminham a passos largos para entrarem em operação até o final desta década e auxiliar na redução dos gargalos logísticos do agronegócio brasileiro.
Uma delas parte do Piauí, onde o governo do estado promete lançar em 2025 uma Parceria Público-Privada (PPP) internacional para investimentos na hidrovia do Rio Parnaíba e a integração com o Porto de Luís Correia.
Em Mato Grosso do Sul, a aposta é na nova rodada de concessões rodoviárias e a infraestrutura para viabilizar a chamada Rota Bioceânica. O projeto é conectar o Brasil com os portos do Chile e, desta forma, permitir a exportação de produtos pela rota marítima do Oceano Pacífico.
Segundo o governador do Piauí, Rafael Fonteles, o Porto de Luís Correia, inaugurado a menos de um ano, ganhará um terminal graneleiro e sua integração com a hidrovia do Parnaíba deve gerar redução de 25% no frete para o escoamento da produção da região do Matopiba.
“Sabemos que o maior porto do Arco Norte é o do Itaqui (Maranhão), mas a demanda só cresce e teremos uma opção auxiliar e importante. A PPP estadual vai gerar ganhos e viabilizar a integração para essa nova rota de escoamento”, disse Fonteles, ao participar do AgroForum, promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.
No mesmo evento, Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul, lembrou que em 6 de dezembro, em um leilão na B3, mais 870 quilômetros de rodovias do estado - duas federais e três estaduais - serão leiloados.
A previsão de investimentos é de R$ 5,7 bilhões em 30 anos de administração privada. Somados aos mais de 2 mil quilômetros já concedidos de estradas na região, Mato Grosso do Sul vai melhorar, na avaliação de Riedel, a logística na parte brasileira da Rota Bioceânica.
Em 2026, a nova ponte em Porto Murtinho integrará o estado ao Paraguai e à rota rodoviária que abrirá caminho para a exportação pelo oeste brasileiro por portos do Chile passando pelo Paraguai e Argentina.
“Com essa rota, seremos extremamente eficientes e reduziremos em 14 dias a viagem aos principais mercados pelo Pacífico”, disse o governador sul-mato-grossense.