A multinacional norueguesa Yara, gigante global em fertilizantes, registrou bons números no terceiro trimestre de 2024, sob efeito do aumento de produção e margens mais altas.

A empresa apresentou um lucro líquido de US$ 286 milhões, bem mais alto que os US$ 2 milhões registrados no ano passado. Já a receita líquida foi de US$ 3,6 bilhões, levemente menor que os US$ 3,8 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo itens especiais, também cresceu significativamente, chegando a US$ 585 milhões, montante 47% maior que os US$ 396 milhões registrados no mesmo período de 2023.

“A Yara está apresentando desempenho de produção recorde e prêmios fortes neste trimestre, uma prova da robustez de nossas operações e do valor do nosso negócio principal", resumiu o CEO da Yara, Svein Tore Holsether, em nota.

O volume total de produção final foi de 5,2 milhões de toneladas, mais alto que os 5 milhões registrados entre julho e setembro do ano passado.

Se a produção foi maior, em contrapartida, as entregas apresentaram leve recuo. No trimestre, a companhia entregou 8,1 milhões de toneladas de produtos, montante 3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram entregues 8,4 milhões de toneladas.

A maior queda foi na Europa, com recuo de 8%, "refletindo principalmente a pré-compra limitada de produtos básicos no sul da Europa", seguida por Américas (-7%) e África e Ásia (-6%).

Já o ebitda por região apresentou resultados dissonantes. Na Europa, que registrou ebitda de US$ 82 milhões, a queda foi de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, pela diminuição da quantidade de entregas e também pelo recuo nas margens, com custos mais altos de gás e amônia.

Nas Américas, por outro lado, o quadro foi diferente. O ebtida foi de US$ 188 milhões, valor 10% superior ao registrado entre julho e setembro do ano passado, com contribuição de margens comerciais melhoradas e impacto cambial positivo, compensando entregas menores e custos fixos mais altos.

África e Ásia também apresentaram números positivos, com ebitda de US$ 88 milhões, resultado 58% melhor que o visto no mesmo período de 2023, refletindo principalmente margens mais altas nas regiões – mas também a interrupção na planta da Yara em Pilbara, na Austrália, que afetou os resultados do terceiro trimestre de 2023.

No balanço, a Yara apresentou alguns números específicos para o Brasil, que revelam uma leve redução em volumes e faturamento. No terceiro trimestre de 2024, foram entregues no País 1,8 milhão de toneladas de produtos, ante 1,96 milhão no mesmo período do ano passado.

No resultado desagregado por região, a receita obtida no País foi de US$ 1,043 bilhão, levemente menor que o resultado do ano passado, de US$ 1,153 bilhão.

Ao avaliar as perspectivas à frente, a Yara reforçou a posição de melhorar a lucratividade ao mesmo tempo em que segue firme em seus planos de redução de custos e despesa de capital em US$ 150 milhões até 2025, anunciados no segundo trimestre deste ano.

"A Yara está tomando medidas para melhorar a lucratividade. Isso inclui uma priorização mais rigorosa para as operações principais e ativos de alto retorno, enquanto reduz as atividades não essenciais e de menor retorno", afirma a companhia.

"Além disso, está realizando uma revisão do portfólio de ativos com o objetivo de priorizar e otimizar seu portfólio para garantir uma base de ativos adequada para o futuro", emenda a Yara.

Segundo a companhia, essa base de ativos é focada em locais de atuação com escala e matéria-prima competitivas, acesso a mercados-chave, oportunidades de descarbonização lucrativas, flexibilidade operacional e retornos fortes e sustentáveis.

Recentemente, em julho, a Yara se desfez de ativos de produção e comercialização de fertilizantes líquidos NPK no Brasil para a FassAgro, do grupo ENG. O valor e os ativos envolvidos na operação não foram divulgados na ocasião.