A explosão de um túnel para transporte de grãos na sede da C.Vale, uma das maiores cooperativas brasileiras, em Palotina, no Paraná, deixou pelo menos sete mortos, além de feridos e desaparecidos.

A informação sobre o número de vítimas foi atualizada na manhã desta quinta-feira, 27 de julho, após as operações de resgate durante a madrugada localizarem cinco corpos. As duas primeiras mortes foram confirmadas ainda na noite da quarta-feira.

A explosão da estrutura de armazenagem localizada na central de recebimento de grãos da C.Vale gerou um impacto que pode ser sentido em boa parte da cidade de 32 mil habitantes, um dos polos do agronegócio no Oeste do Paraná.

Foi uma das maiores tragédias do gênero já registradas no Brasil. Acidentes envolvendo silos e outras instalações desse tipo, infelizmente, não são consideradas incomuns.

Além da ocorrência mais frequente de soterramentos pelas montanhas de grãos, a poeira expelida pela movimentação delas contém gases combustíveis, que representam um risco considerável nas operações dentro de estruturas fechadas.

Não há estatísticas oficiais sobre o número de acidentes desse tipo no Brasil. Os números variam conforme as fontes dos levantamentos. Um deles, feito pela BBC Brasil, aponta que houve 106 mortes em um período compreendido entre 2009 e 2017.

Outro estudo, realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, apurou cerca de 125 mortes, incluindo os soterramentos, entre 2009 e 2020.

Nos Estados Unidos, dono da maior concentração de estruturas de armazenagem, acontecem em média 8 explosões de silos por ano.

Após o acidente, a C.Vale emitiu nota informando que “a prioridade está centrada na mobilização de todos os esforços e recursos necessários à preservação da integridade dos colaboradores atingidos pelo incidente e apoio aos familiares das possíveis vítimas atingidas”.

A cooperativa faturou mais de R$ 22 bilhões em 2022, com uma distribuição de mais de R$ 107 milhões em sobras a seus 26 mil associados.