O terceiro trimestre deste ano marcou uma nova era na Suzano, empresa de papel e celulose. Em julho, entrou em funcionamento o Projeto Cerrado, iniciativa que envolve um investimento total de R$ 22,2 bilhões para construção de um megacomplexo agroindustrial no Mato Grosso do Sul.
A empresa pode iniciar as atividades na nova fábrica, localizada em Ribas do Rio Pardo e que deve produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto no ano, com mais tranquilidade.
Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, a companhia encerrou o terceiro trimestre (período que vai de julho até setembro), com um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, a companhia registrou um prejuízo de R$ 733 milhões.
As vendas da empresa impulsionaram o resultado. No período, o volume vendido pela Suzano bateu 2,9 milhões de toneladas, alta de 6% frente ao trimestre equivalente em 2023.
No total, foram 2,63 milhões de toneladas de celulose, 6% maior que no ano anterior, e 360 mil toneladas de papel, avanço de 9%.
No período, a celulose foi vendida a um preço médio de US$ 671 por tonelada, avanço de 23% em comparação com o ano anterior. Em reais, o preço ficou em R$ 3,7 mil por tonelada. Com isso, a receita líquida atingiu R$ 12,2 bilhões, avanço de 7%.
Pelo início do Projeto Cerrado, a empresa viu uma alta nas despesas financeiras de 36% na comparação anual, atingindo R$ 1,5 bilhão. Os investimentos da Suzano no período somaram R$ 5,7 bilhões, alta de 30%.
“A elevação deve-se principalmente ao aumento no desembolso em terras e florestas dada a conclusão do deal de terras e florestas e pelo aumento em manutenção florestal associado ao início da operação florestal da Unidade Ribas do Rio Pardo”, disse a empresa no balanço.
O deal mencionado envolve a conclusão da compra de 70 mil hectares de terras e florestas que estavam sob gestão do BTG Pactual Timberland Investment Group, no valor de R$ 2,1 bilhões.
Ao final de setembro, a alavancagem da Suzano estava em 3,1 vezes. No trimestre imediatamente anterior (de abril a junho), o indicador, medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, estava em 3,2 vezes. Há um ano, estava em 2,6 vezes.
No final do ano passado, a Suzano projetou que investiria R$ 16,4 bilhões ao longo deste ano. Até agora, já foram desembolsados R$ 13,7 bilhões.
O número previsto para o ano já mostra uma desaceleração com a proximidade do início das atividades do Projeto Cerrado. Em 2023, a empresa investiu R$ 18,5 bilhões.