A digitalização de qualquer cadeia econômica é um processo praticamente obrigatório nos dias atuais. E quanto mais nova a geração, maior a consciência sobre essa relevância de estar online, seja qual for o setor de atuação de uma empresa.

O CEO da Supercampo, Leandro Carvalho, conta que a empresa foi criada por um grupo de 12 cooperativas agroindustriais exatamente porque a nova geração que está à frente destes grupos sabe dessa necessidade de digitalização.

“A criação da empresa partiu de um processo de sucessão familiar. A nova geração já chega digitalizada, com o hábito de usar o celular para tudo. Se não estiver nesse ambiente, o risco é de não existir mais em 10 ou 20 anos”, afirma Carvalho.

E a transformação digital dos negócios caminha a passos rápidos. A Supercampo começou efetivamente suas operações em 2022, depois de passar por um processo de “construção”, como descreve o CEO, em 2021.

Se no primeiro ano operacional, as vendas somaram R$ 2 milhões, na temporada seguinte o movimento nesse shopping virtual de cooperativas já mostrou o potencial da iniciativa..

“Em 2023, já fizemos R$ 180 milhões e, em 2024, o objetivo é passar dos R$ 500 milhões de faturamento”, projeta Carvalho.

A Supercampo tem como acionistas 12 cooperativas que estão na lista das 20 maiores do país. Alguns nomes que se destacam são LAR e Copacol, mais voltadas para produção de frango, e Frísia e Castrolanda, mais direcionada para a pecuária leiteira.

No total, as cooperativas que hoje fazem parte da Supercampo têm mais de 80 mil cooperados e as páginas de vendas de produtos administradas pela companhia têm mais de 100 mil produtos cadastrados.

Como explica o CEO da empresa, hoje a Supercampo tem um total de 16 portais: uma super-loja virtual para cada uma das cooperativas e outros quatro com soluções digitais que também atendem estas associações.

“Neste momento, nós atendemos as cooperativas que são nossas acionistas. Mas outros grupos poderão usar nossa plataforma”, diz Carvalho

O negócio da Supercampo é montar lojas digitais, mas com estruturas diferenciadas em relação a um simples marketplace, segundo o executivo.

“Nós dizemos que é uma super-loja porque envolve, sim, um portal para vender produtos, mas tem um enriquecimento do catálogo, com fotos, além do detalhamento da ficha técnica de cada item. Temos inclusive algumas ferramentas de gestão acopladas, mas o principal é sempre a loja”.

Sobre a utilização da plataforma por outras cooperativas, a Supercampo está em fase final de transição para oferecer os serviços para um público além das 12 cooperativas. “Estamos na fase final de entregas das plataformas para outros grupos”, conta Carvalho.

Ele afirma que a Supercampo precisa pensar até mesmo no perfil de cada cooperativa para montar as plataformas. “Algumas são fechadas, só vendem para cooperados. Outras oferecem produtos para o público em geral”.

O modelo de negócios é o de SaaS (Software as a Service), no qual as cooperativas/clientes pagam uma mensalidade pelo direito de uso da plataforma Supercampo..

Carvalho afirma que a estrutura da empresa é simples e enxuta, contando com 20 colaboradores. “O maior investimento é em horas de cada profissional, já que a atuação é bem focada em tecnologia. Os departamentos de marketing das cooperativas atuam para divulgar os portais”.

Com esse ritmo de crescimento e atuando em um segmento que tem um grande potencial de crescimento para os próximos anos, a Supercampo atrai a atenção de investidores, segundo conta Carvalho.

“Semanalmente surgem interessados em virar sócios. O conselho é bem favorável a ter novos parceiros, mas a condição estabelecida é que sejam cooperativas”, diz o CEO da Supercampo.

Carvalho conta que está em negociações avançadas para ter outras cooperativas como acionistas da Supercampo. Por estar nessa fase de negociação, o executivo não pode revelar os nomes envolvidos.