A safra de 2023/2024 da São Martinho veio melhor do que a encomenda. Foram processadas 23 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um resultado 7,3% acima do projetado pela empresa, em junho, que era de 21,5 milhões de toneladas.

Os dados estão no documento apresentado nesta sexta-feira pela São Martinho à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O volume de produção foi recorde na companhia, e veio também 7% acima do visto na última safra, de 20 milhões de toneladas.

Já o nível de ATR, indicador que representa a quantidade total de açúcares da cana (sacarose, glicose e frutose), foi de 136,8 quilos por tonelada, 3,6% menor do que o esperado.

A queda do ATR é reflexo da extensão do período de moagem entre novembro e dezembro e uma maior incidência de chuvas na safra, segundo a empresa.

“A melhor produtividade decorre de condições climatológicas normalizadas entre outubro de 2022 e setembro de 2023, de investimentos, principalmente em tratos culturais, ocorridos nas safras anteriores, e pelo manejo agrícola diferenciado combinado ao uso de variedades genéticas com melhor produtividade”, disse a São Martinho no comunicado oficial.

Na produção, foram 1,4 milhão de toneladas de açúcar e 948 mil metros cúbicos de etanol. Os números vieram, respectivamente, 6,4% e 0,3% acima do projetado pela própria empresa há alguns meses.

“O mix de produção efetivo reflete as condições mercadológicas que favoreceram a comercialização de açúcar em relação ao etanol”, acrescentou a São Martinho.

A empresa pontuou que as unidades produtoras de etanol de milho e energia elétrica permanecem em operação, e não houve alteração no guidance.

A empresa espera processar   420 mil toneladas de milho na safra atual, resultando em 160,4 mil metros cúbicos de etanol do grão. Na energia exportada, a empresa espera vender 700 mil megawatts/hora (MWH) na temporada.

Os números da Tereos

Mais cedo, a francesa Tereos divulgou seus números, que também foram recordes. Na safra 2023/2024, as seis unidades da companhia processaram 21,1 milhões de toneladas de cana, volume 22% superior ao do ciclo anterior.

De acordo com a empresa, foram produzidas 1,9 milhão de toneladas de açúcar, 580 milhões de litros de etanol e 1,5 mil gigawatts (GWh) de energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana.

“Iniciamos a safra com moagem projetada de 19 milhões de toneladas e, com as condições climáticas favoráveis e diversas melhorias que implementamos com o uso de inovação, tecnologia e análise de dados, chegamos a um resultado histórico”, disse, em nota, Pierre Santoul, diretor-presidente da Tereos no Brasil.