Gerrit Marx completou seu primeiro trimestre completo como CEO da CNH. Não foi tempo suficiente, porém, para que ele conseguisse mudar a trajetória que os resultados da montadora de máquinas, dona das marcas Case e New Holland.

Como vêm ocorrendo nas últimas demonstrações, o balanço do terceiro trimestre de 2024, apresentado nesta quinta-feira, 7 de novembro, mostrou um recuo nos principais indicadores, quando comparados aos do mesmo período de 2023.

E, com o último trimestre já a meio caminho andado, a companhia fez mais um ajuste, novamente para baixo, no seu guidance para os resultados anuais. Assim, ao invés de uma redução entre 15% e 20% nas vendas, a empresa agora acredita que elas podem cair, no acumulado dos 12 meses, entre 22% e 23% em sua divisão agrícola e entre 21% e 22% na de construção.

Não é pouca coisa para uma empresa que, em 2023, faturou US$ 24 bilhões. O resultado reforça apenas o discurso de mudanças que já havia sido a base da apresentação feita por Marx na divulgação do balanço anterior.

Na ocasião, ele havia anunciado o início de um processo de reorganização da gestão do grupo, que incluía a redução de postos de comando, criando canais mais diretos de decisão.

Agora, ele foi mais genérico na mensagem que acompanhou os resultados, mas seguiu na mesma toada.

“Com as atuais condições de mercado desafiadoras que os agricultores de todo o mundo enfrentam, a CNH está implementando decisões para avançar na nossa jornada de transformação”, disse.

“Nosso foco é tornar as operações da empresa mais eficientes e responder melhor às necessidades dos nossos clientes. Mas os estoques dos concessionários permanecem elevados e exigirão esforços adicionais para se alinharem com a procura do varejo”.

Por enquanto, a empresa comunicou que, devido à “fraca demanda do varejo nos mercados de equipamentos agrícolas e de construção, juntamente com estoques elevados dos revendedores”, a CNH “reduzirá ainda mais a produção para gerenciar o estoque enquanto continua seus esforços para melhorar as margens do ciclo com seus programas bem-sucedidos de redução de custos”.

Mais detalhes da estratégia, afirmou, somente serão anunciados no “investor day” agendado para 8 de maio de 2025.

Para o momento, restam os detalhes não muito alentadores do demonstrativo financeiro: vendas trimestrais (em US$ 4,6 bilhões) 22% inferiores às do mesmo período de 2023; lucro de US$ 310 milhões, 43% inferior.

Olhando especificamente para os negócios de máquinas agrícolas, as vendas ficaram em US$ 3,3 bilhões, 24% menos que no ano passado. Nessa área, a empresa detalha o desempenho por região e porte das máquinas. Em todos os continentes, as quedas foram bem mais expressivas para colheitadeiras e um pouco menos para tratores com menos de 140 HP.

Na América do Sul essa amplitude é marcante. A redução nos tratores ficou em 12% e nas colheitadeiras, 32%.