Maior banco privado do Brasil, o Itaú Unibanco está prestes a ampliar seus negócios no agro. Mais especificamente, o alvo da vez é o setor sucroenergético.

A instituição financeira submeteu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) pedido de análise de proposta para aquisição de uma participação no Grupo Cocal Participações S.A.

Segundo documento protocolado na autarquia de análise da concorrência, o banco pretende adquirir "ações preferenciais resgatáveis", ou seja, títulos que oferecem prioridade no recebimento de dividendos, entretanto, sem direito a voto em decisões corporativas.

Além do mais, as mesmas ações podem ser recompradas pela própria Cocal no futuro. No registro, antecipado pelo site Investnews e ao qual o AgFeed teve acesso, não estão especificados a participação do Itaú nem o valor do investimento.

Segundo o documento, para o Itaú a operação “representa uma boa oportunidade para ampliar e diversificar sua carteira de investimentos no setor elétrico brasileiro”. Do outro lado, a operação vai viabilizar à Cocal “um aporte de capital relevante que possibilitará a expansão e desenvolvimento dos negócios e projetos das subsidiárias”.

Sediada em Paraguaçu Paulista (SP), nos últimos 40 anos a Cocal se consolidou como uma referência no mercado sucroenergético brasileiro, destacando-se pela produção anual de 8,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em seus 142 mil hectares cultivados.

Atualmente, a holding tem nove empresas, sendo cinco delas quatro delas atuantes no setor de geração de energia, com capacidade de exportação de 470 mil MWh por ano e uma geração distribuída de 35 mil MWh.

Essa matéria prima é transformada pela companhia em 720 mil toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de etanol por ano, além de fornecer biomassa para a geração de energia.

Procurados pelo AgFeed, o Itaú Unibanco e a Cocal informaram que não vão se manifestar sobre o tema.