Uma gigante como a JBS constantemente precisa de dinheiro novo para tocar suas operações. Mas exatamente por ser gigante, suas operações de crédito não são corriqueiras e acabam movimentando boa parte do mercado de capitais.

Neste momento, está em curso uma nova captação de recursos da companhia. Prospecto preliminar publicado na semana passada mostra como será a nova emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para captar até R$ 1,875 bilhão em recursos.

O valor primário da emissão é de R$ 1,5 bilhão. No entanto, a depender da demanda dos investidores, a JBS pode colocar um lote adicional equivalente a 25% deste montante, ou seja, mais R$ 375 milhões.

A emissão será dividida em quatro séries, com vencimentos em 5 anos, no caso da primeira, e em 10, 15 e 20 anos para as outras, respectivamente.

As séries se diferenciam também nas características de correção monetária e de remuneração. No caso da primeira série, a correção dos CRAs terá uma base cambial, pelas cotações de fechamento do dólar Ptax, que é a cotação oficial do Banco Central utilizada nas exportações.

Nas outras séries desta emissão, a correção monetária será realizada mensalmente com base na variação do índice de inflação oficial do Brasil, o IPCA, medido pelo IBGE.

A remuneração oferecida aos investidores será definida depois do processo de formação de preços, conhecido como bookbuilding, que acontece logo um dia após o encerramento do prazo para os investidores manifestarem intenção de compra dos títulos. Mas a JBS e os bancos coordenadores já estabeleceram uma taxa máxima para cada série.

No caso da primeira, que vai seguir a variação do dólar, o retorno anual oferecido aos investidores será fixo em até 6% ao ano.

Nas outras séries, haverá duas opções de remuneração, e vai valer a maior taxa entre elas. Na primeira opção, o retorno pode seguir a variação dos títulos públicos lastreados em inflação, conhecidos pela sigla NTN-B, mais um prêmio por ano que muda em cada série. Na segunda, esse prêmio é de até 0,60%, na terceira, de até 0,75%, e na quarta, de até 1,10%.

Outra alternativa é uma taxa fixa também diferente em cada série. Na segunda, de 6,45% ao ano, na terceira, de 6,65% e na quarta de 6,90%.

A JBS informa que vai utilizar os recursos para comprar gado e para outras funções operacionais da companhia relacionadas ao abate e à comercialização dos produtos.

O cronograma prevê que o início do período de reservas, ou seja, quando os investidores poderão começar a se manifestar sobre o interesse de comprar os CRAs, aconteça na próxima segunda-feira, dia 6 de maio. O encerramento do período de reservas ocorre no dia 23.

No dia 24 acontece o bookbuilding, que vai definir a remuneração para os investidores. A liquidação financeira dos CRAs acontece no dia 29, que marca, na prática, o encerramento da oferta.

O banco que atua como Coordenador Líder da emissão é a XP e a operação tem como coordenadores BB Investimentos, Bradesco BBI, BTG Pactual, Banco Daycoval, Itaú BBA, Safra, Santander e Genial Investimentos.