Uma queda nos preços da celulose e do kraftliner e uma valorização do dólar frente ao real no primeiro trimestre acabaram prejudicando os resultados da Klabin nos três primeiros meses de 2024.
O faturamento líquido da empresa somou R$ 4,4 bilhões no período, uma redução de 8% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. Os resultados foram divulgados em balanço operacional e financeiro arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quinta-feira.
Menos receita trouxe também menos lucro. A Klabin anotou um lucro líquido de R$ 460 milhões no primeiro trimestre de 2024, um montante 64% menor do que o visto no mesmo intervalo de 2023.
Esse resultado mais fraco já era esperado por alguns players do mercado financeiro. Em um relatório prévio aos resultados, o analista da Genial Investimentos, Igor Guedes, havia sinalizado que esperava queda no lucro e na receita.
Além disso, Guedes ressaltou que, pela sazonalidade natural do setor de papel e celulose, o segundo semestre é mais aquecido, o que traz, usualmente, um primeiro trimestre mais retraído.
A receita apresentada veio em linha com o que esperava o analista, que também projetava um lucro de R$ 417 milhões, um pouco abaixo do resultado final.
O balanço também revelou uma leve redução de 3% nos investimentos da empresa em suas operações e projetos de expansão no primeiro trimestre, na comparação anual. Mas o destaque positivo foi o montante de R$ 206 milhões destinados a silvicultura, 13% maior frente ao mesmo período do ano anterior, devido a maior área plantada, principalmente no Paraná.
O documento não menciona a compra de R$ 5,8 bilhões de ativos florestais da Arauco, anunciado em dezembro.
O chamado saldo dos ativos biológicos que considera temas como preço da madeira , plano de colheita das florestas e produtividade, teve uma variação positiva de 6%, chegando a R$ 9,2 bilhões. Mas o plantio e compra de floresta em pé caiu 27%.
O volume total de produção da empresa, que engloba celulose e papel, atingiu 1 milhão de toneladas no primeiro trimestre deste ano, 10% acima do produzido no período equivalente em 2023. Foram produzidas 382 mil toneladas de celulose, redução de 6% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.
De acordo com a empresa, essa pequena baixa foi causada por uma parada de manutenção planejada na linha de produção na unidade Otacílio Costa. “A parada teve duração de 11 dias e os custos de manutenção totalizaram R$ 23 milhões”, informou a empresa.
A empresa ainda planeja mais três paradas em outras unidades, mas somente no segundo semestre.
Na celulose, a Klabin vendeu 362 mil toneladas no primeiro trimestre, 3% menos na comparação anual. Em seu balanço, a empresa pontuou que isso se deu, além do menor volume de produção, por problemas operacionais e de sobrecarga no porto de Paranaguá (PR).
Na contrapartida, a venda de papéis e embalagens subiu na comparação anual em 16% e 1%, respectivamente. Foram 306 mil toneladas de papel e 248 mil toneladas de embalagens comercializadas.
No mix de vendas, a celulose corresponde a 39% do total, seguida por embalagens, com 27% e cartões, com 21%. 65% dos produtos ficaram no mercado interno e o restante foi exportado.
Dentro dos R$ 4,4 bilhões de receita líquida, as vendas de celulose trouxeram R$ 1,3 bilhão à empresa. O resultado veio 22% menor que o anotado no ano anterior.
A venda de papéis somou R$ 1,4 bilhão, 3% acima do ano anterior, e a receita com venda de embalagens bateu R$ 1,5 bilhão, 3% menor que no ano anterior. A empresa ainda teve uma receita líquida de R$ 82 milhões com a venda de madeira.
Ao final de março de 2024, a dívida líquida da companhia era de R$ 21,3 bilhões, 2% acima na comparação com a mesma etapa de 2023.
Além de divulgar o balanço, a empresa informou que pagará R$ 330 milhões em dividendos para seus acionistas. Serão recebidos R$ 0,05 por ação KLBN3 ou KLBN4 e R$ 0,29 por unit KLBN11.
Terão direito ao recebimento os acionistas com posições no papel no dia 3 de maio deste ano, e o pagamento está previsto para 16 de maio de 2024.