Em tempos de bons resultados financeiros no Brasil, onde analistas vêm recomendando a compra das ações da JBS, começou a contagem regressiva para que, possivelmente, a gigante de alimentos seja também listada na bolsa de Nova York.
A companhia anunciou nesta terça-feira que conseguiu mais um passo de aprovação junto à SEC (Securities and Exchange Commission), órgão semelhante à CVM no Brasil, para avançar nas decisões sobre a chamada dupla listagem.
A JBS quer ter suas ações negociadas na principal bolsa dos EUA, a NYSE, além da listagem que já existe hoje na bolsa brasileira, a B3.
O Conselho de Administração da empresa convocou para 23 de maio a assembleia geral extraordinária que vai decidir sobre o tema. A operação também depende da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Será um momento histórico para o mercado de capitais, uma vez que os acionistas minoritários terão total poder de decisão”, disse a empresa, em comunicado.
Segundo o texto, a J&F – holding dos irmãos Batista - e a BNDESPar, os dois principais acionistas em volume de papeis, vão se abster de votar, o que deixará a decisão a cargo de detentores de pouco mais de 30% do free float da companhia.
“Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
Caso a proposta seja aprovada pela assembleia, a companhia estima o início da oferta das ações no mercado americano a partir de junho. A expectativa é de que seja aprovada, à medida que notícias recentes sobre a companhia têm levado à forte valorização de suas ações, principalmente quando o tema é a dupla listagem.
“Quando aprovado, o processo representará um novo capítulo na história da Companhia, com potencial de destravar o valor da ação e chegar a uma base mais ampla de investidores”, disse o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, também no comunicado.
Para atrair investidores de forma ainda mais ampla, a JBS pretende destacar sua estratégia de diversificação das proteínas – ao contrário de outros concorrentes, não está somente posicionada em bovino ou frango, por exemplo – além de uma presença geográfica abrangente. São mais de 250 fábricas em 17 países. As vendas têm como destino mais de 180 países.