O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve analisar nas próximas semanas a formação de uma empresa reunindo grandes nomes do agronegócio brasileiro para a produção de fertilizantes sustentáveis.

O grupo, que inclui Amaggi, Coopercitrus, Tecnobeef, Souza e Lucas Participações e Viola Participações, encaminhou à autarquia a documentação necessária para seguir com o projeto, que prevê a instalação da primeira unidade industrial no município de Altair (SP), com a geração de 150 empregos diretos.

Os valores de investimento não foram revelados pelos parceiros, que decidiram não se manifestar até que a posição do Cade seja emitida. Um dos poucos dados disponíveis é a meta de produzir 200 mil toneladas de fertilizantes sustentáveis no primeiro ano.

A localização da primeira unidade dá uma pista sobre a origem da matéria prima a ser utilizada. Altair é a sede de um dos maiores confinamentos brasileiros, pertencente à Agropastoril Pascoal Campanelli, com capacidade estática para 100 mil animais. O grupo é também controlador da Tecnobeef, fabricante de produtos para nutrição animal e uma das sócias do novo empreendimento.

Assim, os resíduos da atividade pecuária devem fazer parte da produção dos fertilizantes organominerais – que combinam, portanto, compostos orgânicos com minerais.

A sinergia entre os sócios do novo negócio engloba também a distribuição, através da Coopercitrus – localizada em Bebedouro, a poucos quilômetros de Altair. Com cerca de 40 mil associados, é maior cooperativa do País em número de filiados e teve receita de R$ 9,4 bilhões em 2022.

Já a Amaggi é um dos maiores compradores de fertilizantes do País, além de ser também fabricante. Como consumidora, utiliza os produtos em mais de 380 mil hectares cultivados com grãos e algodão na safra 2022/2023.

Já como fabricante, nos últimos anos investiu para reforçar três unidades misturadoras em Comodoro (MT), Sinop (MT) e Porto Velho (RO). Nesse caso, a atuação é na área de fertilizantes químicos.

Segundo comunicado divulgado pelos grupos, o objetivo da parceria é criar “uma empresa de fertilizantes sustentáveis, que cuida da vida do solo para transformar vidas humanas e contribuir para alimentar o futuro” e “investir em pesquisa e inovação para contribuir para a saúde da terra”.

Na mesma nota, as empresas informam que “soja, milho, cana, citros e café estão entre as principais culturas-alvo da empresa, que colocará no mercado uma gama de soluções para diversas outras culturas”.