Uma das pioneiras no desenvolvimento de insumos biológicos no Brasil, a agtech piracicabana Promip captou R$ 20 milhões com a gestora Angra Partners.

Em anúncio feito nesta terça-feira, 7 de janeiro, a Angra comunicou que o aporte visa ofertar para o mercado novos produtos apoiados em tecnologias biológicas.

Além disso, os recursos serão utilizados para aumentar capacidade e eficiência produtiva da Promip e expandir o alcance geográfico dos seus produtos para novas regiões do Brasil e outros países da América Latina.

Entre os produtos, cita o Baculomip, biodefensivo produzido a partir de vírus para o controle de pragas.

Segundo Murillo Vianna, diretor da Angra Partners, a ação segue a linha de atuação ativa para que empresas busquem o crescimento esperado de forma saudável.

“Para a Promip não será diferente, além dos pontos elencados, e dada a natureza inovadora da empresa, estamos implementando um comitê de inovação com objetivo de manter ritmo e buscar oportunidades, tanto no ganho de eficiência da estrutura atual, como no desenvolvimento de novos produtos", explica em nota.

Entre os critérios da escolha da Promip, destaca-se a inovação como diferencial competitivo, segundo a Angra Partners.

“A evolução das pragas, a necessidade de maior eficiência produtiva do agricultor e a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis impulsionam a demanda por inovação”.

“A Promip se posiciona na vanguarda desse movimento, desenvolvendo soluções complementares aos químicos tradicionais, apoiadas por novas tecnologias que realmente impactam o produtor rural e se diferenciam dos produtos já oferecidos no mercado, trazendo diferencial competitivo e contribuindo para a adoção dos biodefensivos”, relatou a Angra Partners.

Segundo a gestora, o fundo de captação utilizado no negócio ainda está em período de investimento e com R$ 180 milhões para alocação.

A Angra busca para esse fundo realizar aportes primários entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, em troca de participações minoritárias relevantes, em empresas com faturamento anual acima de R$ 15 milhões.

Com isso, a gestora olha ativamente para o agro, saúde, educação, otimização da indústria e comércio, transformação digital e desenvolvimento de novas tecnologias.

”Somos bastante críticos em nossas análises, e nossa experiência em investimentos de private equity e gestão de ativos estressados nos ajudam a contribuir com nossas investidas para evitar situações complexas vivenciadas por empresas que experimentam o crescimento acelerado”, disse Vianna.

A empresa afirma ter em seu pipeline novos investimentos a serem concluídos no primeiro trimestre de 2025.

Criada há quase 20 anos, em 2006, pelo engenheiro agrônomo Marcelo Poletti, a Promip foi uma das primeiras do setor de defensivos biológicos.

No passado, a agtech já recebeu investimentos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), quando levantou R$ 4 milhões.

Posteriormente, em 2014, passou a ter como sócio o Fundo de Inovação Paulista, que reúne como cotistas o Desenvolve SP, a própria Fapesp, o Sebrae e a Jive Investments.

A Promip inaugurou no ano passado uma nova fábrica, que quintuplicou sua produção de 30 toneladas para 150 toneladas de produtos por ano. A empresa possui linhas de macrobiológicos (com 8 produtos) e microbiológicos (7 produtos).

A companhia decidiu construir a nova fábrica a partir de uma decisão de fechar o foco do negócios da Promip, tomada em 2022. A empresa possuía um braço de serviços e decidiu vender para o grupo francês Staphyt, por valor não revelado.

Com dinheiro no bolso, a ordem foi investir na produção de seus bioinsumos, com a implantação da nova unidade. As metas já anunciadas pela empresa incluem ampliar o portfólio de produtos para 20 até este ano e atingir entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões em receita até 2028.