O agronegócio tem investido cada vez mais em tecnologia, inclusive por conta das crescentes exigências com boas práticas ambientais e até mesmo de bem-estar animal, no caso da pecuária.
Essa é a chamada “tecnologia do campo”, atendida por agtechs que oferecem serviços específicos como rastreabilidade, análise de solo e agricultura de precisão.
Ao mesmo tempo, cresce a demanda no setor por serviços prestados por empresas como a Seidor, sediada em Barcelona que pode ser chamada de uma “tech pura”, já que fornece soluções de softwares e serviços de Tecnologia da Informação.
A percepção deste mercado em crescimento fez a multinacional de tecnologia criar uma diretoria de agronegócios.
O escolhido para assumir a nova vertical foi Luiz Fabiano Mendes, profissional que tem mais de 20 anos de experiência no setor de tecnologia, e 10 anos atuando no agronegócio.
Em conversa com o AgFeed, Mendes justifica a estratégia da Seidor de dar mais relevância ao agro dentro de suas operações. “O setor nunca esteve tão em alta como agora, entrou muito em evidência nos últimos cinco anos. E nós tínhamos uma atuação discreta, com 30 grandes empresas agro como clientes”. Mesmo assim, esses clientes já respondem por 10% do faturamento total da Seidor no Brasil.
Agora, o objetivo do novo diretor é que a Seidor triplique seu faturamento com o agronegócio ainda em 2024. “Estamos montando uma equipe de pessoas que conhecem e convivem com o setor, que falam a linguagem dos produtores e empresários”, afirma Mendes.
Outro caminho a ser tomado pela Seidor para chegar ao agronegócio é a abrangência de soluções. “Temos que cobrir as necessidades de ponta a ponta. A Seidor tem um braço voltado para soluções ESG, que pode ajudar na gestão de crédito de carbono”, conta Mendes.
A Seidor é uma multinacional de tamanho considerável. São 8 mil profissionais espalhados por países na Europa, América Latina, África, Oriente Médio, Ásia e Estados Unidos. São mais de R$ 3 bilhões em negócios gerados por ano pela companhia globalmente.
No Brasil, a Seidor está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Recife.
Questionado sobre a necessidade de investimento em escritórios nas regiões mais fortes do agronegócio, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), Mendes afirma que é um movimento natural.
“Nós já temos representantes nestes locais. Eu mesmo terei reuniões no Mato Grosso e em Goiânia. Mas a abertura de escritórios é uma questão de tempo. Vamos primeiro maturar a vertical do agro dentro da empresa”, conta o executivo.
Outro pilar da estratégia da Seidor para crescer no agronegócio é olhar para o momento de cada cultura.
“Neste momento, sabemos que está mais complicado para soja e milho, que são as maiores culturas brasileiras. Por outro lado, temos a cadeia sucroenergética, que está em evidência e acumulando bons resultados, além de ter muito potencial. Estamos de olho nesse segmento”, afirma Mendes.
O executivo da Seidor reforça que o setor está muito avançado em tecnologias que cuidam da produção em si. “Agora, as empresas e os produtores precisam ampliar as aplicações gerenciais, com operação mais na mão, maior qualidade de informações e melhor gestão”.
A Seidor oferece todas as soluções da SAP, multinacional alemã criadora de softwares de gestão, e tem parceria com a Microsoft, além de outras big techs globais, inclusive em tecnologia de nuvem.