As enchentes vistas no Sul do País impactaram os resultados da Yara, gigante norueguesa de fertilizantes, durante o segundo trimestre deste ano.
Em balanço divulgado há alguns dias, a companhia pontuou que as entregas no Brasil atingiram 1,1 milhão de toneladas de abril a junho deste ano, uma baixa de 13% quando comparado ao mesmo período em 2023.
Ainda assim, nas Américas, as entregas somaram 2,63 milhões de toneladas, em linha com o número entregue no ano anterior. Compensando a baixa no Brasil, as encomendas despachadas subiram nos EUA e nos outros países da América Latina.
Olhando a operação global, o resultado abaixo por aqui foi também amortizado pela performance na Europa, onde as entregas de fertilizantes subiram 3,4% na comparação anual e atingiram 8,1 milhões de toneladas. Na amônia, foram 454 mil toneladas enviadas, avanço de 11%.
Frente ao ano passado, a empresa também acelerou sua produção de produtos. Nos fertilizantes, a Yara saltou de uma produção de 1,4 milhão de toneladas no primeiro trimestre do ano passado para 1,7 milhão de toneladas neste ano, alta de 21%.
No resultado global, a empresa registrou um lucro líquido de US$ 3 milhões no segundo trimestre. Apesar de pequeno, reverteu o prejuízo de US$ 298 milhões no mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano até agora, a Yara já lucrou US$ 19 milhões. O faturamento trimestral bateu US$ 3,5 bilhões e o semestral, US$ 6,8 bilhões.
No segundo trimestre, a empresa atingiu um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de US$ 490 milhões, o dobro do registrado no mesmo período em 2023.
Em uma teleconferência para apresentar os resultados ao mercado, o CEO da Yara, Svein Holsether, afirmou que a base de comparação mais fraca em 2023 ajudou no avanço.
Ele ainda afirmou que a queda dos preços do gás na Europa e nos EUA ajudou o trimestre.
O Ebitda foi prejudicado pelas inundações no Brasil no segundo trimestre. Holsether calculou que produtos em estoque danificados somem US$ 17 milhões, classificados como “itens especiais” no balanço. Somado a isso, ele calcula uma perda de outros US$ 8 milhões com outros custos causados pela tragédia.