Na AgroGalaxy, o Natal chegou atrasado. A empresa comunicou ao mercado, nesta quarta-feira, que firmou dois contratos para receber uma injeção de capital de quase R$ 200 milhões.

Primeiro, serão R$ 150 milhões a serem recebidos, num contrato de adiantamento para futuro aumento de capital (AFAC), com três fundos do Aqua Capital, o FIP 3, FIP 4 e FIP 5, que já tem participação da empresa, e o FIP X.

Atualmente, esses fundos são donos de, respectivamente, 6,9%, 15,6% e 24,93% do capital da empresa, segundo dados da B3.

Esse AFAC nada mais é do que uma forma de um player investir dinheiro na empresa em troca de participação societária.

Pelos termos do acordo, o FIP 3 vai transferir R$ 3,5 milhões para o AgroGalaxy, o FIP 4, R$ 10,6 milhões e o FIP V R$ 16,7 milhões. Além deles, o FIP 10, irá transferir R$ 119 milhões e passará a integrar o quadro societário da empresa. A porcentagem do novo player não foi divulgada.

De acordo com a companhia, o objetivo desse AFAC é “prover recursos para que a AgroGalaxy possa suprir, de forma imediata, às suas necessidades de capital de giro, tendo em vista as atuais condições da companhia”.

Esse aumento de capital deverá ser feito dentro de doze meses contados a partir de ontem. A injeção de capital no caixa do AgroGalaxy, contudo, deve ser feita até amanhã, 28 de dezembro.

“Quando o aumento for realizado, os FIPs do Aqua utilizarão os créditos para subscrever novas ações ordinárias da empresa”, pontuou o AgroGalaxy, em comunicado oficial.

Além desse contrato de AFAC, a empresa também anunciou que o FIP 10 celebrou um contrato de mútuo para injetar mais R$ 38 milhões na companhia. Esse mútuo vence em doze meses e também serve para dar mais liquidez ao caixa da empresa.

Nesse caso, que se assemelha a um empréstimo, a remuneração será de 100% da taxa DI ao ano.

“A transação é vantajosa para a AgroGalaxy porque possibilita o ingresso de recursos no caixa de forma imediata. A obtenção destes recursos por outros meios, como, por exemplo, empréstimos bancários ou emissão de debêntures, não seria imediata e seria mais onerosa, considerando que poderiam ser exigidos juros remuneratórios mais altos e a prestação de garantias”, frisou a companhia em fato relevante.

Nos três primeiros trimestres de 2023, a empresa acumula um prejuízo de mais de R$ 400 milhões.

Em conversa recente com o AgFeed, o CEO do AgroGalaxy, Welles Pascoal, disse que prevê mais estabilidade nos resultados de 2024. Nesse ponto, os contratos firmados devem ajudar.