A SLC Agrícola divulgou suas projeções operacionais para a safra 2023/2024, mostrando apetite para ampliar o cultivo de algodão e reduzir as áreas destinadas a commodities que vêm mostrando patamares de preços mais baixos.

No total, a projeção aponta para uma estabilidade nos 674,4 mil hectares cultivados pela empresa, em relação à safra anterior. Mas mudou a distribuição entre as culturas.

O algodão ganhou mais de 25 mil hectares, chegando a quase 187,5 mil, um aumento de 15,5% em relação à safra 2022/2023, com destaque para a segunda safra, com aumento superior a 27% na área.

Já o milho segunda safra terá uma diminuição de 34 mil hectares na área plantada, com uma queda de quase 25%. As lavouras cultivadas com soja também devem ser reduzidas em quase 3%, segundo a companhia.

“Aumentamos significativamente a área de algodão (15,5%), pois a cultura apresenta boas margens. Reduzimos a área plantada do milho, que migrou para o algodão, em função das margens mais baixas”, diz a SLC em comentário sobre as projeções.

Ainda sobre a área plantada, a SLC diz que a diminuição da área de milho propiciou o aumento de outras culturas, como trigo, semente de braquiária, feijão mungo e gergelim.

Em produtividade, o algodão também se destaca. A SLC espera um aumento de 3,6% na primeira safra, com quase 2 toneladas por hectare. Na segunda safra, o aumento projetado é de 1,3%, com 1.863 quilos por hectare.

Na soja, a empresa espera um aumento de 0,9% na produtividade, chegando próxima a 4 toneladas por hectare. No milho, a SLC projeta queda de 1,3%, produzindo menos de 7,6 toneladas por hectare.

Nos custos de produção, o algodão também se destaca, com queda estimada de quase 13% nas duas safras, ficando pouco acima dos R$ 13 mil por hectare na primeira safra e abaixo de R$ 12 mil na segunda.

No total, a SLC espera um custo de R$ 7.177 por hectare, queda de 10,1%. Na soja e no milho segunda safra, as quedas estimadas são de 2,7% e de 11,6%, respectivamente.

Nas operações de hedge, o maior nível de proteção feito pela SLC está na soja. Em relação ao câmbio, a cotação foi travada na cotação de R$ 5,3275, com posição de 35,5% da produção. No caso do preço do produto, está em US$ 12,74 o bushel, com posição em pouco mais de 43%.

No caso do algodão, a posição para o produto ainda é baixa, de 9,2%, com a cotação de 86,23 centavos de dólar por libra/peso. Na safra 22/23, a posição do hedge está em 91,45 centavos de dólar.

No milho, o hedge em dólar está em 31,7% do total, com cotação travada em US$ 8,12 a saca. No mercado interno, a posição ainda é baixa, somente de 3,1%, com cotação a R$ 45. Na safra 22/23, as cotações estão em US$ 9,77 e R$ 57,08.