Uma empresa multinacional e multisetorial tem diversas oportunidades de fazer negócios nos países e nos negócios nos quais opera. Quem trabalha em corporações deste porte sabe que as coisas podem mudar rapidamente de acordo com as decisões da direção global.

A unidade Grãos & Proteína, que atua nos segmentos de armazenagem de grãos e galpões para animais de criação, está passando exatamente por esse momento.

A norte-americana AGCO fechou a venda de toda sua unidade Grain & Protein, que inclui as operações sul-americanas, para a gestora de fundos American Industrial Partners (API) por US$ 700 milhões.

O vice-presidente da Grãos & Proteína para a América do Sul, Ricardo Marozzin, afirma que neste momento, nada muda para funcionários e produtores que são atendidos pela empresa, que duas fábricas instaladas no Rio Grande do Sul, e que tem conseguido crescer em ritmo acelerado nos últimos anos.

“Nós saímos da quinta ou sexta posição nos mercados de criação de aves e suínos para a segunda maior empresa no Brasil nesse segmento. Desde 2019, nós quadruplicamos o tamanho da empresa”, diz Marozzin.

Mas agora, com a entrada da AIP no comando do negócio, o executivo da Grãos & Proteína acredita que os novos gestores não se darão por satisfeitos com o glorioso passado recente.

“Acredito que os próximos passos, após esse nível de crescimento e com a entrado novo controlador, vão exigir mais sofisticação. O fundo deve pensar em acelerar a taxa de crescimento, e buscar alguma oportunidade de consolidação”.

Ou seja, a Grãos & Proteína deve monitorar o mercado brasileiro para fazer aquisições e conseguir dar um salto de crescimento nos próximos anos.

Ele afirma que neste período em que a empresa conseguiu multiplicar por quatro seu faturamento, o quadro de funcionários cresceu 70%.

“Isso porque nós temos investido muito em automação nas nossas fábricas. Hoje, temos quase 700 funcionários diretos, mas temos também homologados milhares de outros prestadores de serviços que atuam na montagem das estruturas de armazenagem”, afirma Marozzin.

A AGCO chegou ao Brasil para atuar nesse tipo de indústria em 2011, quando comprou a GSI, que é uma das marcas que pertencem à Grãos & Proteína, voltada especialmente para armazenamento de grãos.

Além da GSI, a AGCO atua no Brasil pelas marcas Cimbria e Agromarau, também para grãos, Cumberland e Tecno, para aves, e AP para suínos.

As duas unidades fabris da companhia ficam nos municípios de Passo Fundo e Marau. Esta segunda é também a sede administrativa da companhia no Brasil. Segundo Marozzin, por estarem localizadas no norte do Rio Grande do Sul, a companhia praticamente não sentiu os efeitos das enchentes ocorridas entre o final de abril e começo de maio.