Agentes de mercado e analistas classificam o agronegócio como uma indústria a céu aberto, que tem diversos riscos bem particulares à atividade, especialmente aqueles ligados ao clima.

São desafios que empresas como a Agribrasil, que atua com comercialização de grãos e logística, precisam enfrentar. No primeiro trimestre de 2024, a companhia conseguiu minimizar os efeitos do clima e dos preços mais baixos para quem negocia soja e milho no Brasil.

A empresa não conseguiu fechar o período com lucro, registrando um prejuízo líquido pouco superior a R$ 3 milhões. No entanto, mesmo essa perda foi metade daquela apurada um ano antes.

Isso porque a Agribrasil conseguiu fechar o começo de 2024 com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 13 milhões, resultado que representa um salto de 170% em relação ao ano passado.

Em mensagem da administração, a companhia comandada por Frederico Humberg diz que os produtores de soja resolveram retardar a venda dos grãos na expectativa por preços melhores que os registrados neste começo de 2024.

Em resposta, a Agribrasil conta que “minimizou suas obrigações de operar com soja no período”.

“Com isso, a Agribrasil pode, ao mesmo tempo, garantir um fluxo mínimo de navios no TESC e operar somente em regiões em que havia margem positiva alcançável”, diz a mensagem da administração comentando os resultados.

Em receita líquida total, a Agribrasil apresentou uma queda de quase 60% em um ano, para R$ 341 milhões. Quase toda ela puxada pelo milho, que registrou recuo parecido na mesma base de comparação.

Em volume, houve um avanço de 164%, impulsionado pela operação do terminal portuário TESC, em Santa Catarina, que respondeu por mais de 60% do total negociado pela companhia.

Já nas despesas gerais e administrativas, a companhia informou ter conseguido uma diminuição superior a 20% em um ano.

A Agribrasil explica que, nas operações feitas pelo TESC, só podem ser considerados como receita os ganhos líquidos, e não o volume total transacionado. Caso esse total fosse contabilizado, o faturamento seria superior a R$ 1 bilhão.

As exportações representaram quase 70% das receitas da Agribrasil entre janeiro e março deste ano, sendo a Ásia o maior destino das vendas, com 40% do total. Brasil e Oriente Médio vêm a seguir, com 32% e 25%, respectivamente.