A CNH Industrial, dona das marcas Case e New Holland, sentiu o peso de um 2024 desafiador para o mercado de máquinas agrícolas ao redor do mundo.

A companhia apresentou seus resultados do ano que recém-terminou nesta terça-feira, 4 de fevereiro, revelando que encerrou o período com uma queda de 45% no lucro líquido. O resultado foi de US$ 1,3 bilhão, ante US$ 2,217 bilhões registrados em 2023.

A receita, por sua vez, caiu 20%, chegando a US$ 19,8 bilhões.

A queda foi bastante acentuada no quarto trimestre do ano passado, período em que a companhia registrou um decréscimo de 70% em seu lucro líquido, que ficou em US$ 176 milhões, após US$ 583 milhões registrados no mesmo período de 2024.

O resultado da reta final de 2024 foi afetado uma redução de 31% na receita da área agrícola entre outubro e dezembro, passando de US$ 4,9 bilhões para US$ 3,4 bilhões, sob efeito de menores volumes de embarques provocados por uma menor demanda da indústria em todas as regiões e pela redução de estoque dos revendedores.

O Ebit da área agrícola foi de US$ 244 milhões no período, ante US$ 635 milhões no quatro trimestre do ano anterior. A margem ebit ajustada passou de 12,8% para 7,2%.

Considerando todo o ano de 2024, as vendas do segmento recuaram 23%, passando de US$ 18,1 bilhões em 2023 para US$ 14,0 bilhões em 2024.

O ebit da área agrícola no ano foi de US$ 1,47 bilhão, uma queda de 44% em relação a 2023, quando o resultado havia sido de US$ 2,63 bilhão. A margem ebit ajustada do segmento, por sua vez, passou de 14,5% em 2023 para 10,5% em 2024.

A julgar pela declaração do CEO da empresa, Gerrit Marx, e pelo comunicado com os números previstos para 2025, a situação não deve mudar muito.

A CNH projeta que suas vendas líquidas do segmento agrícola diminuam entre 13% e 18% em 2025, com uma margem ebit ajustada ainda menor que a registrada em 2024, girando entre 8,5% e 9,5% neste ano.

"As condições desafiadoras de mercado devem continuar pelo menos até o primeiro semestre de 2025 e manteremos os níveis de produção razoavelmente baixos para reduzir ainda mais os estoques no canal de distribuição", afirmou Marx, que assumiu o cargo de CEO em julho do ano passado e passou a acumular o cargo de chefe da divisão agrícola da companhia.

No quarto trimestre de 2024, a demanda por tratores e colheitadeiras da companhia recuou em praticamente todas as regiões – ainda que a CNH tenha adotado estratégias para mitigar parte da retração.

"Como planejado, o estoque dos concessionários de máquinas agrícolas foi reduzido em mais de US$ 700 milhões no quarto trimestre, devido ao foco no suporte às vendas no varejo e a uma redução de 34% nas horas de produção", afirmou Marx.

Na América do Norte, a demanda por tratores acima de 140 cavalos caiu 34% no quarto trimestre de 2024, enquanto que para tratores com abaixo de 140 cavalos recuou 10%. A demanda de colheitadeiras na região, por sua vez, retraiu 33%.

Na Europa, Oriente Médio e África, a demanda por tratores e colheitadeiras recuou 6% e 31% no período, respectivamente.

Considerando apenas a Europa, a demanda por tratores retraiu 8%, enquanto que a de colheitadeiras caiu 11%.

O cenário é semelhante ao da América do Sul, onde a procura por tratores recuou 5% e por colheitadeiras, 21%.

Apesar do resultado enfraquecido, as ações da CNH Industrial subiam 0,84% na Bolsa de Nova York (NYSE), cotadas a US$ 12,67 no começo da tarde dessa terça-feira. No acumulado dos 12 meses, os papéis tiveram uma valorização de 4,24%.