O Brasil e a América do Sul mereceram menções positivas no balanço anual da gigante de commodities e alimentos Bunge, divulgado na manhã desta quarta-feira, 5 de fevereiro.

Não tanto pelo que a empresa colheu de resultados por aqui no ano que terminou, mas pela perspectiva de que podem ajudar a, pelo menos, compensar um cenário de dificuldades na América do Norte e na Europa na divisão de Agribusiness, a maior da companhia, segundo o guidance publicado no documento.

Em sua mensagem, o CEO, Greg Heckman, louvou também o fato de a empresa ter atingido metas de 100% de rastreabilidade e monitoramento no Brasil”. E o demonstrativo ainda registrou, no quarto trimestre, a venda da participação na joint venture que mantinha com a BP na área sucroenergética no País.

Heckman usou um tom positivo, citando 2024 como “um ano de conquistas significativas para a Bunge”. E, ao olhar para os fatos e números, é possível dar razão a ele, embora o lucro líquido tenha caído quase pela metade – US$ 1,13 bilhão, contra US$ 2,24 bilhões em 2023.

Consequentemente, entregou aos acionistas um lucro por ação proporcionalmente inferior – US$ 7,99, praticamente 50% abaixo dos US$ 14,87 apurados no ano anterior.

Quando se observa, entretanto, os volumes processados, conclui-se que a Bunge tem avanços em todas as suas divisões de negócios.

E, embora de forma mais lenta do que o previsto, a companhia se aproximou da conclusão de um dos seus principais objetivos do ano que passou.

“Fizemos grandes progressos no planejamento de integração para nossa combinação anunciada com a Viterra e, tendo recebido a grande maioria das aprovações regulatórias, esperamos fechar a transação em breve”, afirmou Heckman.

O volume maior foi ofuscado, entretanto, pelos preços menores das commodities e dos produtos processados pela companhia. Com isso, as receitas vieram inferiores ao do balanço anterior na divisão de agribusiness (US$ 38,58 bilhões contra US$ 42,7 bilhões em 2023), óleos (US$ 12,7 bilhões ante US$ 14,6 bilhões) e moagem (US$ 1,55 bilhão contra US$ 1,89 bilhão).

"Embora não tenhamos terminado o ano como esperávamos e nossa visibilidade futura seja limitada pelo aumento incerteza geopolítica, estamos confiantes de que o trabalho que fizemos para fortalecer ainda mais o nosso negócio nos permite continuar a criar valor para todos os stakeholders”, afirmou Heckman.

Ainda assim, a previsão para 2025 é de um lucro por ação ainda um pouco menor que o obtido no ano passado, atingindo US$ 7,75.

A esrtimativa não inclui as aquisições já anunciadas e que deverão ser concluídas durante o ano – além da Viterra, em âmbito global, a CJ Selecta, aquirida no Brasil, em novembro de 2023, por R$ 1,8 bilhão.