Ao abrir o documento em que a Syngenta detalha seus resultados do terceiro trimestre de 2023, a palavra “Brazil” aparece mais de uma vez nos primeiros parágrafos como parte da explicação para a piora nos números em relação a 2022.

A multinacional de insumos agrícolas registrou uma queda de 76% em seu Ebitda, indicador considerado como um resultado operacional, entre julho e setembro deste ano, já com os ajustes cambiais feitos nos números de 2022.

E ao falar desta queda, a companhia afirma que ela foi “significativamente impactada pela piora dos mercados no Brasil, depois dos recordes registrados em 2022”.

A empresa cita ainda um ajuste no inventário de sementes no país, e um royalty que foi antecipado para o segundo trimestre, em relação ao ano passado.

Enquanto as vendas totais no terceiro trimestre caíram 13%, para US$ 6,8 bilhões, o Ebitda fechou o período em US$ 300 milhões, ante US$ 1 bilhão no ano passado.

No acumulado do ano, a Syngenta apresenta queda de 3% nas vendas, e de 20% no Ebitda, já com os ajustes de câmbio.

Por segmento, o pior desempenho do trimestre ficou com a Adama, que recuou 24% na comparação com o mesmo período de 2022. Na área de Crop Protection, a queda foi de 17%.

Em ambas, a Syngenta cita o mercado brasileiro como chave para a piora nos números no acumulado do ano. No caso da Adama, a empresa aponta a estratégia de distribuidores de diminuir seus níveis de estoques, além dos preços menores.

Com isso, as vendas na América Latina caíram 21% no acumulado de 2023 até setembro, enquanto que na região que engloba Europa, África e Oriente Médio, o recuo foi de 5%. Em compensação, América do Norte e China apresentaram recuos ainda piores, de 23% e 25%, respectivamente.

Na maior área da Syngenta, a de defensivos agrícolas, as vendas caíram 17% no terceiro trimestre e 7% no acumulado de janeiro a setembro. A companhia cita novamente a diminuição dos estoques no Brasil como ponto chave para o resultado. Na América Latina, a queda acumulada no ano é de 20%.

O melhor resultado da Syngenta no ano está no segmento de Sementes, com avanço acumulado até setembro de 5%, já com os ajustes cambiais. No terceiro trimestre, no entanto, a empresa apresentou queda de 11%.

O crescimento até setembro foi impulsionado principalmente por Europa, África e Oriente Médio, com 12% de aumento, e Ásia Pacífico (excluindo China), com 19% de vendas a mais que no ano passado.

A América Latina foi mais uma vez o ponto negativo quando se trata de regiões de atuação da Syngenta, com a venda de sementes caindo 15% em 2023.

Apesar da queda em defensivos, a China tem sido um ponto positivo para a Syngenta em 2023. Os negócios da companhia no país asiático cresceram 17% no acumulado do ano e 5% no terceiro trimestre, com os ajustes cambiais.