Um convite enviado na tarde da quinta-feira, 18 de abril, a jornalistas e parceiros pela Boa Safra informou: na próxima segunda-feira, dia 22, o CEO da companhia sementeira, Marino Colpo, abrirá o pregão da B3.

Ao “tocar o sino” da bolsa, dará início à comercialização de um novo lote de 11.494.250 ações ordinárias emitidas pela empresa, celebrando assim a conclusão de uma operação de follow-on que deve render aos seus cofres, ao preço de emissão de R$ 16,50 por ação, um total R$ 299.999.997,00.

O valor exato foi confirmado em comunicado à CVM publicado pela Boa Safra na madrugada desta sexta-feira, dia 19, com detalhes sobre a operação. O documento informa que, “em razão do aumento do capital social no âmbito da oferta, o novo capital social da companhia passa a ser de R$ 768.834.452,40, dividido em 135.322.144 ações ordinárias, todas nominativas”.

Liderada pelo BTG Pactual , com participação de XP Investimentos, Bradesco BBI S.A. (“Bradesco BBI”), Citigroup e Santander, a oferta de novas ações teve demanda superior ao volume inicial proposto pela empresa.

Com isso, segundo o comunicado, a quantidade de novos papeis a serem colocados no mercado foi acrescida em 58,18%.

Os controladores da Boa Safra, Marino Colpo e sua irmã, Camila Stefani Colpo Kochse, além da gestora HIX Investimentos, que possuía 6,2% do capital da empresa, já haviam anunciado que participariam com a aquisição de novos lotes, desde que o valor das ações ficassem abaixo dos R$ 18.

O comunicado publicado nesta sexta confirma essa participação. Com cerca de 60% de participaççao acionária, os irmãos controladores, segundo a nota, compraram mais 5,4 milhões de ações (pouco menos de 50% do total da emissao), o que, considerando o valor de emissão, corresponde a mais de R$ 87,7 milhões.

Já a Hix aportou novos R$ 30 milhões em um total de pouco mais de 1,8 milhões de papeis (pouco mais de 15% do lote emitido). O comunicado registra que os acionistas não participaram do processo de determinação do preço por ação.

Os recursos obtidos com a operação devem ser destinados à expansão da companhia, inclusive com eventuais ofertas de aquisição de outros grupos.

O segmento de sementes passa por um processo de consolidação no País. Um levantamento feito pela assessoria Hand, especializada em fusões e aquisições, ao qual o AgFeed teve acesso com exclusividade, indica pelo menos 45 empresas sementeiras com alto potencial para receber investimento ou ser adquiridas.

O estudo avaliou mais de 3 mil CNPJS vinculados ao setor de sementes, dos quais 104 têm faturamento anual superior a R$ 30 milhões.

José Venâncio, sócio da Hand e responsável pela área de fusões e aquisições, vê a Boa Safra como provável protagonista nesse processo, desde que se tornou líder em participação de mercado no segmento, com 8,5% de market share após abertura do IPO, em 2021.