Com mais de 20 anos de experiência na indústria de defensivos e sementes, o agrônomo Marcio Santos, foi escolhido para substituir Malu Nachreiner no comando da Bayer Cropscience no Brasil, confirmou a empresa, nesta terça-feira.
Em nota, a multinacional informou que Malu Nachreiner está deixando o cargo para assumir a divisão agrícola da Bayer para a região Ásia-Pacífico, “passando também a integrar o comitê de liderança executiva global da divisão”.
Já Marcio Santos, vinha ocupando o cargo de diretor comercial e trabalha na Bayer desde que a americana Monsanto foi comprada pela multinacional alemã, há 5 anos. Segundo a nota, “as mudanças serão concretizadas em março deste ano”.
O executivo Marcio Santos assume o posto principal no Brasil em um momento de mudanças e desafios para a companhia também globalmente.
Em junho do ano passado, Bill Anderson assumiu o cargo de CEO global da Bayer e, já em novembro, fez um desabafo sobre o resultado ruim da empresa. "Não estamos felizes com o desempenho deste ano”, declarou no comunicado da empresa. Quase 50 bilhões de euros em receita, mas fluxo de caixa zero simplesmente não é aceitável", afirmou o executivo.
Participantes de mercado têm comentado o clima de “arrependimento” que ronda a Bayer globalmente devido aos problemas que vem enfrentando nos Estados Unidos, com a compra da Monsanto. A companhia se depara com uma série de ações judiciais que não apenas impedem o uso de alguns de seus produtos como também geram indenizações. Esta situação já estaria motivando a empresa a pensar em se desfazer do negócio agrícola, dizem estas fontes.
Marcio Santos, porém, é um especialista em crises. Atuou por 12 anos na Monsanto e acompanhou de perto um dos períodos mais desafiadores da empresa no mercado brasileiro: o início da cobrança dos royalties na venda das sementes (ou mesmo da produção, quando o agricultor se negava a comprar o produto certificado) com a tecnologia transgênica desenvolvida pela multinacional.
O novo líder da Bayer no Brasil assumirá também com o desafio de recuperar o estrago do chamado “ano de ajuste” vivido por toda a indústria de agroquímicos em 2023, quando estoques elevados e preços em queda corroeram os resultados financeiros das empresas.
A Bayer não é a única gigante do setor a fazer mudanças no quadro de altos executivos.
Na semana passada a Syngenta anunciou que André Savino, até então diretor geral da Plataforma Comercial SYNAP, passou a ocupar a recém-criada posição de presidente de proteção de cultivos no Brasil. Juan Pablo Llobet, que liderava o negócio na América Latina e também presidia a operação no País desde janeiro de 2021, seguiu com seu papel regional.
Em dezembro, a Corteva anunciou que Ana Claudia Cerasoli estava deixando a posição de presidente para Brasil e Paraguai e assumindo como líder global de integração para biológicos. O colombiano Juan Carlos Rojas assumiu como vice-presidente da unidade comercial Brasil e Paraguai.