A Expoforest, realizada entre os dias 9 e 11 de agosto, foi marcada pelo gigantismo. Montada em meio a uma enorme área de eucaliptos, nela se destacavam os estandes de montadoras de máquinas e equipamentos, com demonstrações ao vivo para os quase 36 mil visitantes registrados na edição 2023.

Em um espaço entre esses estandes, porém, o visitante se deparava com uma área de exposição da Unidas. Um visitante inclusive se mostrou curioso. “A Unidas não é aquela empresa que aluga carros?”

Sim, o chamado RAC, ou Rent A Car, continua sendo o carro-chefe da companhia. Mas desde 2019, a Unidas começou um trabalho de posicionamento também no mercado florestal.

Hoje, segundo o diretor Comercial da companhia, Marluz Renato Cariani, a frota de equipamentos e veículos voltados para o segmento de florestas plantadas passa das 2 mil unidades.

“Nós trabalhamos principalmente com a parte de transporte da madeira, seja dentro da área da floresta, seja para a indústria. Mas nós fornecemos aquilo que o cliente demanda, em qualquer etapa da produção”, conta Cariani.

O CEO da Unidas, Claudio Zattar, afirma que a operação vem dobrando de tamanho desde o início. “E posso te garantir que, para o próximo ano, vai novamente, no mínimo, dobrar. Temos algumas conversas muito bem endereçadas com grandes empresas do setor”, diz o executivo.

A empresa não detalha os investimentos feitos especificamente no segmento florestal. Em veículos e equipamentos pesados, a Unidas investiu quase R$ 160 milhões milhões no segundo trimestre deste ano, volume 23% menor que no mesmo perído de 2022. No semestre, os aportes somaram R$ 431 milhões, queda de 4%.

Em tamanho, a frota total do segmento de pesados superou as 11 mil unidades, com crescimento de 6% em relação ao registrado em junho de 2022.

Zattar afirma que a Unidas evita atuar na etapa de corte de madeiras, mas que possui equipamentos inclusive para preparo de estradas a fim de permitir o transporte de dentro para fora das florestas.

Para Cariani, um dos trunfos da Unidas é o chamado full service. Neste tipo de contratação, a Unidas é responsável não só pelo veículo ou máquina, mas também por toda a equipe para operar e fazer a manutenção das unidades.

“Todas as pessoas que trabalham para a Unidas são contratadas, porque temos padrões de segurança e de qualidade muito rígidos”, diz o diretor.

Ele conta, por exemplo, que os motoristas que operam caminhões de transporte são monitorados o tempo todo, respeitam uma rota pré-estabelecida, e não podem usar celular enquanto estão em serviço.

“Nós inclusive pagamos bônus para os motoristas que apresentam melhores performances. Isso é medido com vários parâmetros e os profissionais ganham esta remuneração variável anualmente”, conta Cariani.

O executivo afirma que, neste segmento, a duração média dos contratos com as empresas é de 60 meses. “Mas temos contratos com duração de 84 meses”. A taxa de renovação, segundo Cariani, é de 85%.

Questionado sobre as possíveis vantagens do aluguel em relação à aquisição de um veículo ou máquina, o diretor da Unidas afirma que há um alívio no fluxo de caixa das empresas que optam pela locação.

“A companhia não precisa desembolsar milhões de reais de uma vez, com um ativo que só vai depreciar. Ao pagar um valor por mês, a pressão sobre o caixa é muito menor”.

Cariani afirma que as máquinas conseguem ter vida útil entre cinco e sete anos. O acompanhamento de perto pela equipe da locadora, com manutenções preventivas, permitem prolongar a utilização das máquinas, diz o executivo.

Depois do aluguel, a venda

Segundo o diretor Comercial da Unidas,o mercado de máquinas florestais semi-novas ficou bem aquecido nos últimos três anos, garantindo outra fonte de receita para a companhia.

“Nós vendemos tudo que colocamos. E conseguimos bons preços”, diz Cariani. “Este ano, está um pouco mais contido, mas ainda assim, temos conseguido bons resultados.

Ele afirma que os equipamentos e veículos vendidos pela Unidas ainda conseguem ter bom funcionamento por até 10 anos.

No caso do segmento florestal, aponta, a venda de semi-novos tem um peso menor no resultado final da empresa em relação ao que acontece com veículos leves.

Segundo os números do segundo trimestre de 2023 da Unidas, no período, a receita total no segmento Máquinas e Equipamentos Pesados foi de quase R$ 230 milhões, dos quais R$ 40 milhões, ou 17%, vieram de venda de ativos.

Enquanto a receita total cresceu 26% em um ano, as vendas renderam um faturamento 28% menor em relação ao segundo trimestre de 2022.

Quando se contabiliza o primeiro semestre, a venda de máquinas e equipamentos pesados ficou em R$ 99,5 milhões, com participação de 23% na receita total, que na primeira metade de 2023, ficou em R$ 435,6 milhões, aumento anual de 39%.

O segmento de frotas da Unidas apresentou lucro líquido de R$ 56,4 milhões no segundo trimestre e de R$ 98,7 milhões no semestre, com avanços de 62% e 92%, respectivamente.