A Camil Alimentos S.A., uma das maiores empresas alimentícias do Brasil, anunciou um novo avanço na sua estratégia de expansão internacional. A companhia, que já possui operações no Uruguai, Chile, Peru e Equador, está agora se expandindo para o Paraguai.

Nesta quinta-feira, 5 de setembro, a empresa informou ao mercado e aos seus acionistas a aquisição de 100% das ações da Rice Paraguay S.A. e de 80% da Villa Oliva Rice S.A., grupo criado em 2014 e responsável por produzir cerca de 70 mil toneladas de arroz por ano, conforme informações de seu site.

"A aquisição vem em linha com a estratégia de continuidade da expansão internacional da companhia, viabilizando o início da operação de arroz no mercado paraguaio, a diversificação e a melhoria da competitividade da originação do produto", informou a Camil em fato relevante.

O comunicado explica a engenharia que precisou ser montada para adequar a negociação à legislação paraguaia, que faz restrições à aquisição de terras em regiões de fronteira por companhias estrangeiras.

Por conta dessas restrições, a aquisição foi inicialmente feita com a participação da pessoa física de Luciano Quartiero, acionista e diretor presidente da Camil. Em um segundo momento, após a conclusão da operação, as sociedades serão reestruturadas.

Então, as operações serão segregadas, separando os ativos relacionados à produção e comercialização de arroz e as propriedades rurais. Através de um acordo firmado entre Quartiero e as subsidiárias da empresa, Saman S.A. – Molinos Arroceros Nacionales e Camil Latam S.A., o executivo venderá para o grupo as áreas voltadas à industrialização, beneficiamento e comercialização de arroz.

A Camil informou ainda que os termos e condições desta última etapa serão negociados em bases recíprocas e, uma vez definidos, serão submetidos à deliberação do Conselho de Administração da empresa e divulgados ao mercado.

O valor da transação com as companhias paraguaias não foi divulgado. Ao AgFeed, a Camil informou que “não se posiciona sobre aquisições e também não pode falar sobre estratégia futura de negócio devido ao fato de ser de Capital aberto.”

No pregão desta quinta, as ações da companhia registraram alta de 0,93%, fechando a R$ 9,79. No último ano, os papéis da empresa tiveram valorização de 15,8%, com a companhia avaliada em R$ 3,3 bilhões.

No balanço do primeiro trimestre de 2024, divulgado em julho, a receita líquida internacional da companhia cresceu 7,3% em base anual, para R$ 711,6 milhões.

Já a receita líquida total da operação teve uma expansão de 9,3% sobre igual período de um ano antes. Na mesma base de comparação, o lucro líquido da empresa avançou 22,6%, para R$ 78,5 milhões.