A SLC Agrícola apostou no algodão na safra 23/24. Aumentou a área da cultura e obteve o dobro de resultado entre janeiro e março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Mesmo assim, não conseguiu evitar o impacto da soja e do milho na sua lucratividade. O resultado final da empresa caiu mais de 60% no primeiro trimestre de 2024, ficando em pouco menos de R$ 229 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou quase 29% na comparação anual, para pouco mais de R$ 704 milhões.

O próprio faturamento da SLC registrou recuo de dois dígitos entre janeiro e março deste ano, ficando abaixo dos R$ 2 bilhões, com queda de quase 12%.

Ao separar os números por cultura, é possível perceber que a diminuição das áreas de soja e milho afetaram o volume de vendas em toneladas, mas só no primeiro caso, houve uma queda ainda maior no resultado bruto por tonelada.

A SLC vendeu cerca de 507 mil toneladas de soja entre janeiro e março, um volume 16% menor que em 2023. No entanto, o resultado por tonelada recuou quase 60%, saindo de R$ 1.443 para R$ 588.

No milho, volume e resultado tiveram comportamentos parecidos. Foram pouco mais de 29 mil toneladas vendidas, contra quase 60 mil toneladas no ano passado. E o resultado por tonelada recuou quase 60%, de R$ 441 para R$ 180.

A SLC enfrentou também um problema de produtividade na soja, causado principalmente pela seca que atingiu o oeste do Mato Grosso no final de 2023, o que impactou a colheita que foi realizada exatamente no decorrer do primeiro trimestre deste ano. Houve uma queda de 16% na produtividade, ficando em pouco mais de 3,2 mil toneladas por hectare.

Do lado positivo, o algodão apresentou um aumento de quase 52% no volume vendido, para 77 mil toneladas, e o resultado por tonelada mais que dobrou, saindo de R$ 2.570 para R$ 5.299.

No caroço de algodão, o comportamento foi diferente. As vendas também tiveram altas expressivas, de 42%, mas o resultado por tonelada caiu 75% em um ano, de R$ 679 para R$ 169.

Enquanto tenta melhorar seus resultados e sua produtividade em grãos, a SLC vai ampliando sua área plantada. No final de abril, a companhia anunciou a adição de 18,7 mil hectares por meio da joint venture com a Agro Penido. O potencial de plantio, considerando a segunda safra, é de 30,7 mil hectares.

O contrato da Fazenda Pioneira, que é objeto da joint venture, vai até a safra 27/28, mas com a expansão da área, o prazo das áreas, que somadas chegam a 38,5 mil hectares, foi estendido até 43/44. A área potencial de plantio passa a ser superior a 64 mil hectares.

A SLC ressalta no balanço que está com a compra de insumos bem adiantada para a safra 24/25. “Foram adquiridos 91% dos fosfatados, 75% do cloreto de potássio, 53% dos nitrogenados e 18% dos defensivos, aproveitando as oportunidades oferecidas pelo mercado”, diz a empresa.

As vendas da próxima safra também já foram iniciadas, e segundo a companhia, quase 40% da produção estimada de soja já está fechada com compradores.