Depois de ser “escolhida” pela John Deere e lançar seu primeiro FDIC, a plataforma digital com foco em fretes de commodities goFlux ganhou mais um motivo para manter o otimismo em 2024: acaba de concluir a sua rodada Série A, com a captação de US$ 6 milhões, cerca de R$30 milhões pela taxa de câmbio atual.

O CEO da goFlux, Rodrigo Gonçalves, revelou ao AgFeed, que o financiamento foi finalizado em fevereiro deste ano e foi liderado pela Capria Ventures norte-americana, que investe em empresas de tecnologia em mercados emergentes.

A SP Ventures acompanhou a rodada e novos investidores internacionais se juntaram a ela, incluindo o The Yield Lab Latam e investidores norte-americanos, como a Blue Impact Supply Chain Ventures, a Reflect Ventures e a Arrebol Capital, segundo o comunicado da empresa.

Gonçalves disse que destaque dessa rodada foi o interesse internacional, já que cerca de 90% dos investidores eram estrangeiros.

Em 2023 as transações pela plataforma totalizaram 42 milhões de toneladas de carga, o que equivale a cerca de US$ 1,5 bilhão em frete transacionado.

"A rodada de subscrição excessiva demonstra o interesse global em nosso modelo de negócios único, que tem a capacidade de crescer no Brasil e no exterior", disse o CEO.

Segundo a goFlux, os recursos captados serão aplicados em três áreas principais. Uma das frentes é para abastecer a “NaConta”, fintech da empresa que é alimentada por um fundo FIDC de propriedade integral usado para adiantar recebíveis para empresas de transporte.

Em entrevista recente ao AgFeed, no lançamento do FDIC, Rodrigo Gonçalves lembrou que um dos maiores problemas das empresas de transporte é o capital de giro. Por isso, a startup vem fornecendo crédito para melhorar o fluxo de caixa de mais de 3 mil empresas de transporte registradas na plataforma.

A segunda área que receberá investimentos é a tecnologia. O CEO diz que o objetivo é “desenvolver ainda mais a inteligência artificial (IA) no GoFlux View, um produto integrado à plataforma de contratação que oferece inteligência preditiva e fornece uma visão futura do comportamento do frete no mercado”.

"Por meio dessa solução, as empresas podem pensar um passo à frente quando se trata de precificação de fretes, o que as ajudará a gerenciar riscos e a volatilidade do mercado", acrescentou.

A empresa informou que a captação também vai ajudar a melhorar as funcionalidades da plataforma e expandir a equipe para outras novas verticais e novas regiões.

"Queremos expandir nossa plataforma em outros mercados importantes, como alimentos, papel e celulose, construção civil e aço. O setor industrial está repleto de oportunidades", afirmou Gonçalves.

Neste cenário, os planos vão além do agro, que hoje representa a maior parte das transações na plataforma.

"Diversos setores têm uma demanda significativa por transporte e, embora tenham características diferentes do agronegócio, estamos prontos para atender - nossas soluções podem ser utilizadas para contratação front-end, cálculo de neutralização de carbono ou compreensão do comportamento futuro por meio de IA", ressaltou Rodrigo.

Planos para o futuro

A goFlux prevê que 2024 marque “um ponto de inflexão” para a empresa, com expectativa de acelerar o ritmo de crescimento e a lucratividade no segundo semestre.

Ao ser escolhida em um projeto global da John Deere, o CEO já havia dito ao AgFeed, recentemente, que esperava impulsionar a presença em outros países.

No comunicado feito hoje, a logfintech destacou que a expansão internacional deve correr principalmente na Argentina, Paraguai, Uruguai, México e Estados Unidos.

“Considerando que, nos EUA, as principais plataformas de frete atendem aos segmentos industriais, com pouca cobertura no agronegócio, vemos uma oportunidade de negócios para a GoFlux e trabalharemos para atingir esse objetivo", afirmou Gonçalves.