Existe uma máxima popular que diz que a expectativa é a mãe da decepção. E por ter baixas expectativas, a Comigo, cooperativa que organiza aTecnoshow, realizada na cidade de Rio Verde, em Goiás, se mostrou feliz com o balanço final dos negócios realizados na feira.

O presidente do Conselho de Administração da Comigo, Antonio Chavaglia, afirma que ficou positivamente surpreso com o volume de negócios feitos durante o evento.

“Foram R$ 9,3 bilhões, e um público de 135 mil pessoas. Eu fico muito feliz com esse resultado, porque nós chegamos a pensar em uma queda de 50% em relação aos negócios feitos em 2023”, disse Chavaglia durante entrevista coletiva para apresentar o balanço da Tecnoshow, que se encerrou nesta sexta-feira, dia 12.

O valor representa uma queda de 15,5% em relação ao ano passado, quando foram realizados cerca de R$ 11 bilhões em vendas de produtos e serviços durante a Tecnoshow.

“Nós conseguimos vender um volume maior, mas os preços caíram de forma significativa. Em máquinas e equipamentos, por exemplo, os valores tiveram quedas que variam entre 15% e 20%”, diz o presidente da cooperativa.

O volume de vendas evitou uma queda maior no faturamento, segundo Chavaglia. “Se tivéssemos vendido o mesmo volume de 2023, teríamos um faturamento 20% menor que esse apresentado”.

Para a cidade de Rio Verde, o resultado também foi positivo. O prefeito Paulo do Vale apresentou os números juntamente com o balanço da Tecnoshow.

“Foram R$ 80 milhões gerados para a economia da cidade, com 14 mil empregos diretos e indiretos. No aeroporto de Rio Verde, tivemos cerca de 150 pousos e decolagens. A arrecadação aumentou 8,5% em relação ao ano passado”, contou o prefeito.

Ele pontuou ainda que cerca de 80% dos negócios gerados na feira ficam em Goiás, já que a maior parte das empresas expositoras são do estado, ou possuem negócios lá.

Ihara tem melhor feira em três anos

Em conversa com o AgFeed, o gerente de Marketing Regional da Ihara, Valdumiro Garcia, disse que a Tecnoshow 2024 foi melhor para a fabricante de defensivos agrícolas do que os eventos de 2022 e 2023.

“Foi muito claro que o produtor voltou a olhar para a relação de troca, depois de passar dois anos muito cauteloso em relação a investimentos em novas tecnologias”, conta Garcia.

Ele afirma que o setor percebeu que vai precisar investir em tecnologias e insumos que impulsionem a produtividade na safra 2024/2025, já que esta é a saída para enfrentar os preços baixos de commodities como soja e milho, principais culturas brasileiras e também no estado de Goiás.

Uma das apostas da Ihara na Tecnoshow e que deve continuar nos próximos anos é o combate a percevejos. Segundo Garcia, esse tipo de defensivo é o segundo maior investimento dos produtores rurais brasileiros, depois dos fungicidas.

Na feira, a companhia lançou o inseticida Zeus, voltado para este fim na cultura de soja, e que também combate a cigarrinha nas culturas de milho.

“Por ter capital japonês, tanto financeiro quanto intelectual, conseguimos pesquisar e lançar novas moléculas com bastante agilidade. Nós estamos preparando dois pré-lançamentos, um fungicida e um inseticida para combater lagartas, que devem chegar ao mercado em 2025”, conta Garcia.

Estande da Ihara na Tecnoshow