O produtor rural Neri Geller, agora secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), cargo já havia ocupado outras vezes, tem um longo relacionamento com as pautas do setor – e uma habilidade reconhecida até por adversários, quando a missão é buscar o diálogo e negociar.
Apesar de ter nascido no Rio Grande do Sul, foi em Mato Grosso que ele ganhou reconhecimento político, especialmente no período em que foi criada no estado a Aprosoja, Associação dos Produtores de Soja e Milho, em 2005, quando participou do movimento, na região de Lucas do Rio Verde
A partir dali, seguiu a carreira política, como deputado federal, passando a ser um dos principais interlocutores do setor, e assumindo a Secretaria de Política Agrícola em 2013, durante a gestão de Mendes Ribeiro Filho, e de 2016 a 2018, quando o ministro era Blairo Maggi.
Também chegou a ser ministro da Agricultura, entre 2014 e 2015. Portanto, é um nome que circula bem tanto entre os integrantes dos governos Lula e Dilma, quanto entre seus ex-colegas da FPA, Frente Parlamentar da Agropecuária.
No governo atual, Neri Geller assumiu o cargo somente no fim de dezembro de 2023, embora fosse cotado até para ministro no período eleitoral, devido à proximidade com o presidente Lula.
Um dos obstáculos foi um processo contra ele no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que acabou impedindo sua participação formal no governo, mesmo que fosse como secretário. A decisão do TSE foi derrubada no início de dezembro.
A partir de agora, Geller tem duas missões importantes. Uma delas, destacada por ele próprio, é seguir restabelecendo o diálogo do atual governo com as lideranças do agro e “tirar o ranço ideológico”.
O outro desafio é justamente implementar ações na política agrícola em pleno “período de ajuste”, como desde o ano passado os empresários e os produtores rurais descrevem o atual momento – marcado por preços mais baixos das commodities, queda nas vendas de insumos e dificuldades de alguns produtores em honrar compromissos.
Em entrevista ao AgFeed, o secretário destacou como prioridades da sua gestão a busca de soluções “para os problemas que estamos enfrentando”, baseada no diálogo com o setor, para enfrentar questões como preços agrícolas, custo de produção, seguro rural e comercialização.
Neri Geller disse que a combinação dos juros altos dos últimos quatro anos, com os problemas climáticos recentes e com os preços mais baixos no mercado internacional, achatou a renda do produtor, em cenário gravíssimo.
Para os próximos dias, acredita que será possível anunciar uma linha dolarizada, por meio do BNDES, com juros em torno de 7,5% ao ano, para refinanciar o custeio “antes que o produtor caia na inadimplência”.
Ao mesmo tempo, diz que espera um diagnóstico completo sobre a crise hídrica e, principalmente, a participação das principais entidades que representam os produtores para buscar uma solução conjunta e, quem sabe, buscar outras formas de renegociação das dívidas. “Isso está no nosso radar, mas por enquanto não posso criar expectativa”, ponderou o secretário.
Geller também sinalizou que os juros do próximo Plano Safra devem ser mais baixos e podem cair em patamares semelhantes ao que vem sendo observado na taxa Selic (em junho do ano passado estava em 13,65% e agora está em 11,75%), mas preferiu também “não criar expectativa”.
Confira agora os principais trechos da entrevista exclusiva que o secretário Neri Geller concedeu ao AgFeed.
Qual a sua prioridade nesta gestão?
Restabelecer o diálogo, tirar o ranço ideológico, resolver os problemas que estamos enfrentando, que são o preço, custo de produção, seguro, comercialização. Acredito que minha presença no Mapa, com a posse na SPA, vai ajudar muito o ministro Favaro (Carlos Fávaro, da Agricultura) e o presidente Lula nessa interlocução.
A ideia é falar mais com os produtores?
Já fomos para o Rio Grande do sul a convite dos arrozeiros. Já fomos para o Rio Grande do sul a convite dos arrozeiros. Foi uma conversa muito aberta. Deu para perceber que tinha ainda algumas desconfianças, ranços, pessoal estava com o pé atras. E foi uma conversa muito produtiva, saíram todos muito animados. Estava entidades como Farsul, Fetag, Emater, e as lideranças dos arrozeiros, soja, leite, todos estavam lá. Percebi que dá para fazer este trabalho.
E no seu estado atual, Mato Grosso?
Em Mato Grosso, também estive na Famato (Federação de Agricultura e Pecuária). O único lugar que ainda temos resistência é a Aprosoja-MT. Na câmara setorial do crédito estive com as outras Aprosojas (de outros estados). Fiz uma reunião e estavam lá todas elas, com exceção de MT. Acho que o diálogo está avançando forte.
E o que pretende discutir com eles?
Vamos discutir a política agrícola que precisa ser discutida. Foi o que fizemos quando fui deputado, era coordenador do núcleo da Aprosoja, estava do outro lado do balcão. No governo do presidente Lula, nós conseguimos aprovar a biotecnologia, conseguimos renegociar todas as dívidas. Depois, em 2011, aprovamos o Código Florestal, com bastante polêmica, mas teve a votação, aprovação e regulamentação no governo do presidente Lula e também da presidente Dilma.
Em 2013 e 2014 implementamos políticas agrícolas que favoreciam o setor como a garantia do preço mínimo, o crédito do PCA, que é para a construção de armazéns, o programa com foco em inovação tecnológica, que começou principalmente no oeste catarinense, na suinocultura, e também na região de Toledo (PR) e se expandiu pro Brasil inteiro com agricultura de precisão, automação de propriedades, qualificação profissional, quer dizer, o grande ganho na época, da conectividade, da modernização, se deu nestes governos. E não teve fechamento de igrejas, confusão, nada disso. E agora no governo do presidente Lula não tem isso também.
Muitas lideranças falam na questão da segurança jurídica...
Precisamos resgatar o que foi feito para tranquilizar o setor, exatamente porque a segurança jurídica vai estar estabelecida. Quando nós fomos apoiar o presidente Lula nós colocamos algumas pautas que eram importantes para o setor, entre elas as pautas legislativas. E veja como é bom. Já havíamos votado a lei de defensivos agrícolas na Câmara, no governo passado. E agora, no Senado, foi votada a modernização da lei de defensivos agrícola com o apoio, inclusive, do governo. Não teve um voto contra.
"Precisamos resgatar o que foi feito para tranquilizar o setor, exatamente porque a segurança jurídica vai estar estabelecida"
Isso é diálogo, é conversa, é demonstração que o governo realmente quer avançar, até porque ali nós vamos aumentar o uso dos biológicos, que foi uma emenda que eu fiz, trabalhar para fazer a agricultura orgânica em escala. Então não tem problema nenhum e acho que minha presença vai fortalecer.
Há outras questões ambientais?
Na semana passada fui a Alta Floresta (no Norte de MT). Sentei com toda a base florestal de Mato Grosso. Isso repercutiu para fora, porque conseguimos inserir no plano Safra o financiamento de plano de manejo, junto com o Ministério do Meio Ambiente. No Norte do País, 80% das áreas privadas são reserva legal. E essa reserva legal tem um ativo econômico e ambiental que tem que ser explorado.
De que forma?
Quando você tira e faz o manejo dentro do licenciamento, você abre espaço para captar carbono com a abertura e crescimento de nova vegetação e traz um ativo econômico bastante grande para a população que reside lá. Ajuda inclusive na biomassa para a produção de etanol - o grande limitador para o crescimento do etanol é a biomassa. Unificamos procedimentos nas exportações da madeira. É um avanço importante e eu consigo fazer isso porque conheço bem o setor. O ministro Fávaro conhece também, mas ele está mais focado nas pautas mais macro, como mercado internacional.
Este incentivo para o manejo florestal já está pronto?
Já está. Ele ainda é embrionário porque está no Plano Safra, mas precisa chegar nas plataformas de custeio lá na ponta, nos agentes financeiros, está começando a lançar isso agora. Vou trabalhar forte para que tanto o Banco do Brasil, a Caixa e o Sicredi usem este recurso. Que o setor se organize um pouco melhor através de escritórios de planejamento para fazer os projetos. Tanto de custeio quanto de investimento.
Quais são as condições?
É o mesmo juro do plano safra, 8,5% para o pequeno e 10% para o grande, custeio e pré-custeio. Mas o custeio é diferenciado porque ele é de 2 até 3 anos. Primeiro financia o projeto e levantamento das áreas, para ter o licenciamento ambiental, para depois começar a fazer extração, isso leva até 3 anos, um pouco diferente da soja e do milho. E vai poder financiar máquinas, automação das propriedades, com serrarias, condomínios, ou para o produtor em si lá na ponta. Todas as linhas serão adaptadas para que o setor da base florestal possa acessar esse recurso.
Uma das pautas prioritárias da FPA em 2024 deve ser o projeto que trata do licenciamento ambiental, do qual o senhor chegou a ser relator. Deve apoiar também essa proposta?
Este projeto estava lá há 23 anos. Hoje nós não temos uma lei que regulamenta o licenciamento ambiental, não dá para deixar investimentos, como acontece para levar redes de transmissão de energia, de Manaus para Boa Vista, ficarem de 8 a 10 anos parados porque não tem uma legislação que diga sim ou que diga não. E é dentro do domínio de uma BR, portanto não tem um impacto tão grande, colocar lá as torres de rede de transmissão. Só o que se gasta de queima de óleo diesel, joga-se milhões e milhões de kg de CO2 na atmosfera, por deixar de estar interligado ao sistema nacional. Duplicação de BRs ou rodovias estaduais e municipais, por exemplo, dentro da faixa de domínio, por que não pode ser feita? Se diz sim ou se diz não. Não fica aí 8 a 10 anos para fazer o licenciamento. Nós vamos ser a favor, colocamos isso na pauta, e acho que tem espaço no Senado federal para ser votado.
O Congresso está alinhado nesse caso?
Obviamente que, tão importante quanto ter apoio do governo, é o relator e o presidente terem vontade de pautar essa matéria. É mais uma pauta para o legislativo, é a capacidade do setor de se articular. Eu fui relator e co-relator das duas matérias talvez mais difíceis de se trabalhar, a lei de defensivos agrícolas, e o licenciamento ambiental. Eu fiz isso conversando com a FPA, mas conversando também com o campo da esquerda, nos bastidores. Quem acompanhou sabe que conversei com a ministra Gleisi. Eu disse a ela que era a pauta que travou a BR 163 e conseguimos o licenciamento no governo do PT.
"Não dá para deixar investimentos ficarem de 8 a 10 anos parados porque não tem uma legislação que diga sim ou que diga não"
Se tivesse esse licenciamento teria avançado muito antes, o governo teria gastado menos, a economia teria crescido mais. Isso sensibilizou. Nós conseguimos votar no plenário no mesmo dia, o mérito da matéria e os 13 destaques, sem ter obstrução, porque foi bem articulado. Beneficia a questão o meio ambiente.
É possível fazer o mesmo agora?
Sempre fui um parlamentar que não jogou para a torcida, eu trabalhei para o setor. Não ia para as redes sociais xingar quem era contra. Eu fiz um debate com a sociedade urbana inclusive. Lembro que fui na grande mídia com quatro ex-ministros do meio ambiente. Eu dizia que não tinha nada para esconder, se eles me convencessem, eu mudaria o relatório.
Neste projeto não tem uma virgula que aumenta a possibilidade da degradação ambiental. Pelo contrário, ele traz o desenvolvimento de forma sustentável e estimula inclusive produção de energia limpa. Aqui na Secretaria de Política Agrícola eu vou ajudar na pauta, com as lideranças do governo.
Em relação ao chamado “ano de ajuste” que o agro enfrentou em 2023 e ainda precisa lidar este ano, com preços mais baixos e maior número de pedidos de recuperação judicial. De que forma o governo pode atuar?
Nós temos a consciência que está instalada uma crise. E ela se dá por vários fatores, mas três são os principais. O primeiro é a redução do preço das commodities no mercado internacional . O segundo é a crise hídrica violenta. E o terceiro é a alta taxa de juros praticada nos últimos 4 anos. Quando você vende soja a R$ 190 (a saca), tudo bem, ninguém olha para isso. Agora quando o preço é achatado e o limite de renda é muito pequeno, como temos visto, é um problema gravíssimo. Nós sabemos desse problema, queremos exatamente que o setor tenha um pouco mais de perseverança e que as lideranças sentem na mesa para discutir, sem ranço ideológico, e assim criarmos soluções conjuntas.
Quais soluções já estão estudando?
Algumas já estão no radar. Estamos trabalhando, por orientação do ministro Fávaro, em uma linha de credito especifica dolarizada, que não vai ter custo para o Tesouro, com taxas entre 7% a 8% (ao ano), para refinanciar o custeio, para a indústria de defensivo agrícola, para o produtor e também para os agentes financeiros, para que, antes que vença (a dívida) e o produtor caia na inadimplência, ele possa captar essa linha e ter um folego, sem aumentar o seu endividamento. Uma taxa de 7,5% é uma linha bastante atrativa. Já conversamos com o BNDES sobre isso e nos próximos dias devemos ter novidades.
Algo mais em relação às dívidas?
No restante estamos indo com cautela, para ver o tamanho do estrago com a seca. Eu tive uma reunião na segunda-feira com todos os agentes financeiros, Sicredi, Sicoob, Caixa e Banco do Brasil, para ver o que eles podem fazer dentro do manual de crédito rural. Mostramos que, pelos dados que estão aí, realmente vai ter problema. E queremos trabalhar no máximo para evitar recuperação judicial. Essa ferramenta da RJ atrapalha muito o crédito agrícola brasileiro, porque traz insegurança. É uma ferramenta importante, mas ela precisa ser aprimorada, não pode ser da forma que é. Em alguns casos, houve uma indústria de recuperação, que acabou prejudicando muito a grande maioria dos produtores. São essas pautas que estão no radar.
Pelas conversas que já tiveram, é possível renegociar as dívidas?
Vamos ir com cautela, mas está no nosso radar. Não posso criar expectativa, porque, se frustra, é pior. Não é fácil porque tem limitações orçamentárias, mas isso está no nosso radar. Se realmente for necessário, vamos trabalhar para conseguir. Queremos ouvir o setor, que o setor venha para perto para trabalhar as soluções conjuntas. Eu não tenho dificuldade de falar que tenho limitações, nem todas as informações estão comigo. Por isso o ouvido tem que estar aguçado, para ouvir mais, pensar bastante, e depois implementar uma política que possa dar resultado.
Há outras políticas em vista?
Vamos avançar para reduzir a taxa de juros do Plano Safra, até porque tem um ambiente mais favorável para a redução da Selic. Trabalhar para reduzir o custo de produção, através da redução do juro e com mais crédito, segurar a concorrência. A modernização da legislação do defensivo agrícola vai ajudar, aumentar o uso do biológico, vai trazer mais produtividade e reduzir o custo. E ter ferramentas à disposição prontas para serem usadas, como a PGPM (programa de preços mínimo), que está na SPA.
"Nós temos a consciência que está instalada uma crise. E ela se dá por vários fatores. O primeiro é a redução do preço das commodities no mercado internacional"
No ano passado, quando o preço do trigo ficou abaixo do mínimo, o Mapa acionou a Conab e imediatamente nós entramos. Fizemos mais de R$ 200 milhões de PEP e PEPRO, que ajudou o pessoal do Paraná e Rio Grande do Sul. O governo sinalizou, o preço subiu e o produtor teve renda mínima.
Quanto aos juros do Plano Safra, desde junho do ano passado até agora a Selic já caiu próximo de 2 pontos percentuais. É possível esperar uma redução neste patamar?
Eu não posso criar expectativa, mas acho que no mínimo 2. Nós vamos trabalhar para conseguir um pouco mais de equalização. É uma atividade tão importante para a economia do Brasil, produzir alimento, baixar cesta básica... Precisamos estimular a produção de arroz, porque o preço está muito alto. Então, precisa ter políticas diferenciadas para algumas culturas. Tem espaço para reduzir, mas queremos ouvir o que o setor vai demandar e, se entender, vamos ficar do lado do produtor para brigar por uma redução da taxa.
Há outras questões orçamentárias que precisam ser negociadas?
No governo passado reduziu-se muito o orçamento da comercialização, de R$ 6 bilhões, historicamente, para R$ 1,3 bilhão. Isso quando o preço da soja saiu de R$ 58 para R$190. O milho saiu de R$13 para R$60. Então precisaríamos hoje 3 vezes mais. E foi exatamente o contrário.
Os parlamentares estão nos ajudando, como o Luiz Carlos Heinze, o Alceu Moreira. São parlamentares que conhecem o setor, transitam bem. É o que nós queremos, que o núcleo agrário esteja junto conosco para garantir, por exemplo, o preço mínimo da borracha, como fizemos ano passado para os pequenos, mas que trigo também e o milho, se for necessário.
"Essa ferramenta da RJ atrapalha muito o crédito agrícola brasileiro, porque traz insegurança. É uma ferramenta importante, mas precisa ser aprimorada"
Agora, temos limitações orçamentárias, isso precisa ser trabalhado politicamente. Por isso que a OCB Organização das Cooperativas Brasileiras), as federações, as entidades de classe que querem o bem do setor precisam vir para dentro da política agrícola para a gente dialogar e nos ajudarem politicamente para avançar, junto com a equipe econômica, e conseguir os recursos que são necessários.
Falo isso porque já fizemos no passado. Quando eu estava na Aprosoja, depois como secretário de Política Agrícola em 2013, nós negociamos todas as dívidas dos arrozeiros gaúchos. Fizemos em 2014 para o Matopiba, que teve a seca. Renegociamos todas as dívidas, o que deu condições de continuar aumentando a produção. E nós vamos fazer isso agora também, ter parcimônia, diálogo, conversar com o Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda).
Ele tem sido acessível?
Nós temos acesso com ele. O ministro Fávaro está bem articulado, temos a capacidade de negociar, juntos, como eu falei, com o núcleo agrário e a FPA, e discutir as políticas que são importantes para o setor, porque ajuda todo mundo.
Para mudar o orçamento, tem que ser trabalhado junto a equipe econômica e em algumas matérias no Congresso Nacional. Infelizmente, no ano passado o ministro Fávaro trabalhou muito, foi o maior Plano Safra, mas tivemos dificuldade em avançar na questão do orçamento. Até porque não se esperava que ia ter uma queda tão acentuada. O orçamento desse ano é pequeno, mas vamos trabalhar para ter suplementação sim, se necessário for.
Por último, gostaria que comentasse sobre o seguro rural. No ano passado o ministro Carlos Fávaro disse que pretendia avaliar um modelo mexicano, que foi sugerido pelo ex-ministro Roberto Rodrigues. Já há algo definido sobre isso?
É um pouco cedo ainda para falar sobre isso. Vamos trabalhar para modernizar o seguro agrícola, dar mais dinâmica e mais transparência na gestão. Dialogar mais para ver se o recurso que é subvencionado pelo governo federal chega lá na ponta. Ele não pode ser só um instrumento de crédito. Tem que ser um instrumento de proteção ao produtor.
Vamos dar previsibilidade na forma de pagamento, fazer gestão e cobrar resultado. Aumentar inclusive a concorrência para que uma seguradora que é de um agente financeiro não tenha exclusividade na hora de liberar o recurso para custeio. O produtor tem que escolher onde ele quer pegar o seguro agrícola. Vai avançar muito. Avançamos no passado, de 1 milhão de hectares (de lavouras seguradas) para 7 milhões em 2013, depois passamos até 14 milhões e agora regrediu isso. Vamos retomar o seguro muito forte através desse mecanismo, mas sobre a nova modalidade, ainda é cedo para falar.