A polêmica entre a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) em torno das responsabilidades da cadeia da pecuária de corte sobre o desmatamento na Amazônia acabou em churrasco. E com carne de procedência garantida.
Exatamente uma semana depois de a Febraban recomendar a seus associados que restringisse o crédito a frigoríficos que comprassem bois de áreas de desmatamento ilegal, gerando reação da Abiec, a entidade anunciou nesta terça-feira, 6 de junho, sua adesão formal ao Protocolo Boi na Linha, desenvolvido em conjunto com o Ministério Público Federal para estabelecer critérios socioambientais na compra de gado na em todo o Brasil.
JBS, Marfrig e Minerva, as três maiores empresas do setor, estão as que assinaram um termo de cooperação técnica com o Imaflora, organização sem fins lucrativos que atua na elaboração de projetos que conciliam preservação e produção agropecuária.
O objetivo é construir um programa que permita a expansão do uso do Protocolo Boi na Linha em todos os frigoríficos das 39 empresas associadas à entidade. Anteriormente, 16 delas já haviam aderido ao protocolo.
“Nossa ambição é ter, dentro de um ano, todas as empresas atuando na Amazonia dentro do Protocolo”, disse, em comunicado, Fernando Sampaio, Diretor de Sustentabilidade da Abiec. “E, em dois anos, as outras empresas associadas”
As 16 empresas que já aderiram ao protocolo são responsáveis por 74% dos abates em frigoríficos de inspeção federal na Amazônia e 63% dos abates totais do Brasil.
“Esta cooperação é um passo fundamental para a promoção de uma cadeia de valor sustentável da carne bovina no país, levando a expertise já construída pelo Imaflora a todas as nossas associadas”, afirmou Antonio Camardelli, presidente da Abiec.
“Com a representatividade das associadas da Abiec, vamos melhorar o ambiente de negócios, uniformizando procedimentos e critérios de originação no setor”, completou Marina Piatto, diretora-executiva do Imaflora.