O Ministério da Agricultura e Pecuária descartou três focos de gripe aviária que estavam sendo investigados em diferentes regiões do Brasil.

Em coletiva de imprensa, realizada no fim da tarde desta segunda-feira, 19 de maio, o ministro Carlos Fávaro mencionou que das seis investigações que estavam em andamento, três tiveram resultado negativo.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, informou na coletiva que os casos em Nova Brasilândia (MT), Graccho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), dentro do raio de 10 quilômetros da cidade gaúcha de Montenegro, todos de aves de subsistência, não eram de gripe aviária.

Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), ambas comerciais, e Salitre (CE), de subsistência, são amostras em investigação e em processamento, segundo o Mapa. Além desses, enquanto a conversa com os jornalistas ocorria, o sistema do Ministério incluiu mais um caso em investigação em andamento, esse na cidade de Estância Velha (RS), no raio do caso confirmado em Montenegro (RS).

Mais cedo, a Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) descartou a presença do vírus de alta patogenicidade da gripe aviária em uma granja do estado.

Até agora foram dois casos confirmados de influenza aviária, um em Montenegro (RS), em uma granja comercial, e outro em Sapucaia do Sul (RS), em um cisne-de-pescoço-preto, animal silvestre.

“Quando falamos de foco, é foco e desde que começamos a investigação, sempre tivemos casos negativados e tínhamos seis investigações em curso”, afirmou Goulart.

Segundo o ministro Carlos Fávaro, os casos confirmados no Rio Grande do Sul estão em análise genômica para saber o vínculo migratório e a origem do vírus. “O vírus circula no mundo desde 2006, não se pode dizer que é coincidência entrar no plantel comercial do Brasil. E os registros ocorrem depois de dois anos após os primeiros casos silvestres”

Segundo Fávaro, a transparência e força nos bloqueios vão comprovar a robustez do sistema brasileiro contra a doença.

O ministro afirmou que discutiu com a equipe o reforço orçamentário para o combate à influenza aviária, mas, neste momento, não há necessidade de aportes exclusivos para a doença.

“Temos outras emergências sanitárias, como monilíase e mosca-das-frutas e, com essas adicionadas à gripe aviária, podemos ampliar e pedir recursos, mas não há necessidade de recursos só para gripe aviária no momento”, afirmou

O ministério calcula que o mercado de aves brasileiras conta com 160 países parceiros, e que destes, 11 se manifestaram em relação ao fechamento das compras.

Enviaram uma carta ao País fechando o mercado brasileiro como um todo os seguintes países: México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina. Deixaram de comprar só do mercado gaúcho Cuba e Bahrein. O Japão fechou as compras para os municípios com casos confirmados e Cingapura interrompeu todas as compras advindas de um raio de 10 quilômetros dos casos confirmados.

Países como China e o bloco da União Europeia não se manifestaram de forma oficial, mas o País deixou de emitir os certificados de exportação, seguindo os protocolos estabelecidos entre as nações.

De acordo com a CNN Brasil, parceira editorial do AgFeed, o Brasil deve deixar de exportar mais de R$ 1,3 bilhão por mês, considerando que as exportações de carne de aves do Brasil para seis dos destinos que já anunciaram a interrupção nas compras (Argentina, China, Chile, México, Uruguai e União Europeia) somaram mais de US$ 230 milhões (R$1,3 bilhão na cotação atual) apenas no mês de abril, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Com reportagem de Gustavo Porto

Resumo

  • Mapa descartou três casos (Nova Brasilândia (MT), Graccho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), e ainda investiga quatro: Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Salitre (CE) e Estância Velha (RS)
  • Dos 160 países que compram aves do País, 11 já se manifestaram oficialmente em relação à interrupção.
  • Brasil pode deixar de exportar mais de R$ 1,3 bilhão por mês