Um estudo divulgado no começo de outubro pelo AgTech Garage, hub de inovação mantido pela consultoria PwC em Piracicaba (SP), indicou os níveis de satisfação profissional alcançado pelas mulheres que trabalham no agronegócio. Segundo o levantamento, 8 em 10 entrevistadas se sentem acolhidas no setor.

Outra pesquisa, desta vez feita pela Talenses Group, identificou o crescente – e bem-vindo – protagonismo feminino no ramo. As mulheres ocupam atualmente 35% dos cargos gerenciais do agro brasileiro. Em 2017, o índice estava em 22%.

Números como esses revelam que, embora ainda haja muito espaço a ser ocupado, as mulheres, de fato, conquistaram valiosas posições dentro do agro. Mais do que isso: elas certamente caminham para alcançar condições de igualdade com os homens.

A mais evidente demonstração dessa energia pode ser vista, anualmente, no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), o maior encontro desse tipo na América Latina.

Mais de 3 mil mulheres, com delegações organizadas de praticamente todos os estados do País e de outros países da América Latina, se reúnem em São Paulo para falar do setor. Mais do que isso, para mostrar como elas são capazes de deixar sua marca para o desenvolvimento do agronegócio.

“Apoiar o Congresso é muito simbólico para nós”, diz Tássia Werneck, gerente regional agro do Itaú BBA. Na edição deste ano, realizada nos dias 25 e 26 de outubro, o banco estreou entre os patrocinadores do evento.

“A iniciativa reforça a nossa confiança no agronegócio brasileiro e no papel cada vez mais relevante que as mulheres exercem dentro do setor”, adiciona.

Para além de um posicionamento de marketing, a parceria com o CNMA sinaliza, segundo Werneck, que o banco está disposto a incentivar que as mulheres busquem o merecido protagonismo e se tornem, cada vez mais, tomadoras de decisão – seja nas propriedades rurais, nas agroindústrias ou em qualquer outro ramo de atividade ligado ao agro.

O CNMA é o palco ideal para levar tais premissas adiante. Desta vez, o mote do evento não poderia ser mais atual por tratar de uma questão essencial nestes novos tempos. O tema foi definido em uma frase: “Dobrar o agro de tamanho com sustentabilidade, a marca brasileira”.

Dentro das empresas do agro, essa é uma questão especialmente cara às mulheres. “Notamos uma presença feminina muito forte no comando das áreas de sustentabilidade”, diz Werneck. “Quando vamos debater o assunto, as mulheres estão sempre bem preparadas para trazer pontos importantes sobre o tema.”

Entre as iniciativas do Itaú BBA, as mulheres também ocupam espaço cada vez maior. Um exemplo é o da Academia da Governança Agro – uma plataforma gratuita de ensino à distância voltada para clientes e não clientes – para gerar conteúdos práticos para a gestão do negócio rural.

Desde o lançamento da iniciativa, no ano passado, as mulheres têm demonstrado especial interesse pelo assunto.

Werneck ressalta, contudo, que essas são apenas algumas vertentes possíveis de trabalho. Há muitas outras – e não há barreiras ou limites para o protagonismo feminino.

“A questão ESG me fascina, mas nós estamos preparadas para ocupar qualquer área de negócios dentro do agro”, diz, com a convicção de sempre, a produtora rural do Piauí Ani Heinrich Sanders, uma das vozes mais ativas na defesa da presença feminina no agro.

Embaixadora do Congresso no Nordeste, Sanders usa sua história pessoal para estimular outras mulheres a seguir o mesmo caminho. A família Sanders controla o Grupo Progresso, que cultiva mais de 80 mil hectares de grãos em sete fazendas no Piau e Minas Gerais, e ela participa das principais decisões de gestão.

“Estou há 45 anos no agro e nesse período muita coisa mudou, principalmente a maior participação das mulheres nos negócios rurais”, diz a produtora. “Sempre lutei por meu espaço e me mantive firme, apesar das dificuldades.”

É o mesmo espírito perseverante que marca a trajetória de muitas mulheres que se tornaram líderes do agronegócio brasileiro. Boa parte delas participa do Congresso, seja nas palestras, como convidadas especiais, ou como visitantes do evento.

Um time de 40 profissionais – todas mulheres – do segmento Agro do Itaú BBA também marca presença no CNMA. O banco preparou, em seu estande, um serviço curioso: um estúdio para as visitantes tirarem fotos profissionais para usar em seu portfólio profissional, como no LinkedIn ou no WhatsApp Business, por exemplo.

“O patrocínio do Itaú BBA foi peça fundamental para preparamos um evento melhor e com mais alcance”, afirma Renata Camargo, gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios do Transamerica e responsável pela organização do Congresso. “O apoio aumenta a força do movimento feminino dentro do agro.”

Nos últimos anos, o Itaú BBA tem reforçado a sua presença no agronegócio. No início de 2019, o time dedicado ao setor era formado por 30 profissionais. Agora, são 700 e o número não para de crescer.

No período, a carteira de crédito também acelerou de forma expressiva. Avançou de R$ 30 bilhões em 2019 para R$ 75 bilhões em 2022, e prevê fechar este ano com uma carteira de R$ 97 bilhões.

Não é só. No início de 2020, o banco montou uma equipe de especialistas focados em atender apenas a cadeia produtiva do agro, algo incomum no mercado.

O patrocínio do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio é mais um passo do Itaú BBA para valorizar não apenas o setor, mas as profissionais que, cada vez mais, são indispensáveis para o seu crescimento.