BRF volta ao mercado e pode somar R$ 5,5 bilhões captados com debêntures no ano

Depois de captar R$ 1,25 bi em abril e R$ 2 bilhões em agosto, a BRF está em busca de mais. Conforme documento publicado na CVM na noite desta sexta-feira, 21 de novembro, a dona da Sadia e Perdigão está em busca de até R$ 2,37 bilhões em debêntures.

A oferta inicial será de R$ 1,9 bilhão, mas poderá ter o acréscimo a depender da demanda dos investidores.

A operação é a famosa “CRAbênture”, onde a companhia emite a debênture em nome de uma securitizadora, que nesse caso é a Ecoagro, que por sua vez, distribui em forma de CRAs para agentes de mercado.

Na lâmina da oferta, a BRF informou que utilizará os recursos no “curso ordinário dos seus negócios rurais”, como investimentos em toda a cadeia de produção e exploração dos animais.

A companhia cita desde despesas para manutenção, aquisição de matrizes, insumos e até “demais produtos para as granjas de suínos e aves”.

A emissão da BRF será feita em até cinco séries, com remunerações ainda a serem definidas no processo conhecido como Bookbuilding, que recebe as demandas dos investidores interessados. As primeiras séries vencem em 2030, 2032 e 2035, e as demais em 2045 e 2055.

A primeira série terá remuneração limitada a até 101,50% da DI ao ano. A segunda série terá juros prefixados, definidos como a maior taxa entre 13,40% ao ano ou a taxa futura do DI acrescida de até 0,25% ao ano.

A terceira série continuará sendo corrigida pelo IPCA e terá juros determinados como a maior taxa entre 7,70% ao ano ou a taxa interna de retorno do Tesouro IPCA+ acrescida de até 0,30% ao ano.

A quarta e a quinta série seguirão o mesmo modelo, corrigidas pelo IPCA, com remuneração a ser definida no Bookbuilding conforme previsto na escritura da emissão.

O movimento mostra que o mercado está com apetite tanto para títulos de dívidas de frigoríficos quanto para emissões de longuíssimo prazo.

No mês passado, a Seara, principal concorrente da BRF, emitiu R$ 3 bilhões em CRAs, sendo que deste total, R$ 2 bilhões possuem vencimento em 2065, daqui 40 anos.