Mesmo com o mercado brasileiro mais devagar, a multinacional de fertilizantes israelense ICL apresentou um balanço com números em alta no terceiro trimestre de 2025.

Segundo o documento divulgado pela companhia, o lucro líquido foi de US$ 115 milhões (cerca de R$ 608 milhões pela cotação atual) no período, ligeiro avanço de 1,8% ante os US$ 113 milhões do ano anterior.

As vendas globais atingiram US$ 1,9 bilhão, um aumento de 5,6% frente ao terceiro trimestre de 2024.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da ICL foi de US$ 398 milhões, um aumento de 4% em relação aos US$ 383 milhões do ano passado.

“Apresentamos um sólido crescimento anual tanto em vendas quanto em Ebitda, mesmo com algumas variações no desempenho regional e em mercados finais. As vendas foram mais uma vez impulsionadas por nossos negócios focados em especialidades, com o crescimento combinado das vendas de Produtos Industriais, Soluções de Fosfato e Soluções para Cultivo”, disse, em mensagem no balanço, Elad Aharonson, presidente e CEO da ICL.

A companhia informou no documento que o avanço foi ancorado nas operações da América do Norte, que teve mais volumes, e na Europa, por um aumento nas vendas de produtos especiais. Na Ásia, as receitas cresceram, mas os custos de matérias-primas impactaram o lucro.

No Brasil, a empresa pontuou, sem dar detalhes, que as vendas e o lucro diminuíram em relação ao ano anterior, devido a “menores volumes, em função da menor capacidade de pagamento dos agricultores e de um início de temporada lento”.

A companhia não divulga o faturamento específico por país ou continente, mas o mercado estima que a operação brasileira já respondeu, no passado, entre cerca de 10% a 20% das vendas globais.

Em uma entrevista ao AgFeed em junho deste ano, o CEO da operação brasileira, Alfredo Kober, estimou que são 45 mil clientes atendidos aqui e que, do faturamento nacional, pouco mais de 30% vêm de clientes diretos, e o restante de revendas e cooperativas.

Por unidade, o destaque veio das vendas de produtos a base de potássio, que somaram, sozinho, US$ 453 milhões em vendas, quase 24% do total e marcando um avanço de 16,4% em um ano, o maior entre as categorias.

“Para o nosso segmento de Potássio, as vendas aumentaram nos mesmos períodos devido à melhoria dos preços, tanto para contratos quanto para transações à vista”, acrescentou Elad Aharonson no balanço.

Segundo a empresa, os resultados refletem preços mais altos do insumo: US$ 353 por tonelada, 19% acima do ano anterior, além de melhorias operacionais nas unidades do Mar Morto (Israel) e Ibéria (Espanha). O volume vendido, de cerca de 1,046 milhão de toneladas, ficou estável.

A unidade de Soluções Fosfatadas teve vendas de US$ 605 milhões, alta de 4,9% na comparação anual.

O balanço cita que tanto os produtos de especialidades quanto os fosfatados básicos tiveram crescimento em vendas, com destaque para o ácido fosfórico branco, fosfatos industriais e fosfatos alimentares, impulsionados por maiores volumes e preços.

Em Growing Solutions (soluções para crescimento), as vendas somaram US$ 561 milhões, um aumento de 4,3%. Já a divisão de Produtos Industriais teve um trimestre mais devagar, com vendas de US$ 295 milhões, queda de 4,5% frente a 2024.

A ICL ainda reiterou seu guidance de um Ebitda entre US$ 950 milhões e US$ 1,15 bilhão para o ano completo de 2025. No potássio, a projeção é vender entre 4,3 milhões de toneladas e 4,5 milhões de toneladas.

Resumo

  • A ICL encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 115 milhões, alta de 1,8% em um ano, e receita de US$ 1,9 bilhão, avanço de 5,6%
  • O Ebitda somou US$ 398 milhões, com crescimento sustentado pelas operações da América do Norte e da Europa, que compensaram a fraqueza na Ásia
  • No Brasil, a companhia registrou queda nos volumes e no lucro, atribuída a menor capacidade de pagamento dos agricultores e a um início de safra mais lento