Nestlé turbina sua máquina de café com investimentos de quase R$ 1,5 bilhão

No espaço de duas semanas, o café da Nestlé no Brasil ficou bem mais forte. Desde que o mês de setembro começou, a multinacional suíça anunciou aportes que somam quase R$ 1,5 bi em ampliações e modernizações de duas de suas unidades, como parte de um volumoso pacote de investimentos de R$ 7 bilhões em seus diferentes negócios no País entre 2025 e 2028.

O anúncio mais recente da maior companhia de alimentos do mundo aconteceu nesta segunda-feira, 15 de setembro. A Nestlé informou que destinará R$ 450 milhões para ampliar em 40% a capacidade produtiva da fábrica de Nescafé Dolce Gusto, em Montes Claros (MG), uma das cinco unidades da marca no mundo e a única das Américas.

O aporte tem como objetivo sustentar o avanço acelerado do negócio de cápsulas de cafés da Nestlé, que cresce mais de dois dígitos por ano nos últimos dois anos no País.

De acordo com a companhia, o projeto de expansão, que acrescentará 7 mil m² à unidade, a ser realizado em etapas, prevê a modernização de equipamentos e automação de processos.

A unidade mineira receberá duas novas linhas para cápsulas e bebidas à base de de café - como cappuccino e latte - e um espaço dedicado ao envasamento de sachês de café solúvel - produto ainda não fabricado na unidade -, além de áreas destinadas à embalagem e ao armazenamento de insumos.

A primeira fase da ampliação da unidade, com início de operação prevista para o segundo semestre de 2026, contará com a criação de cerca de mil empregos diretos e indiretos. A expansão da fábrica irá seguir até o primeiro trimestre de 2028 com a operação da linha de cápsulas de Nescafé Dolce Gusto.

“Nossa fábrica em Montes Claros tem um papel estratégico para a Nestlé, não apenas pelo volume produzido, mas pelo conhecimento técnico e inovação que entrega para o portfólio global de cafés da companhia”, afirma Mariana Gradnauer, diretora da fábrica da Nestlé em Montes Claros.

Inaugurada em 2015, a fábrica de Nescafé Dolce Gusto em Montes Claros já passou por duas ampliações: a primeira, em 2018, com a instalação de novas linhas de produção de cápsulas da primeira geração, e a segunda, em 2022, dedicada à fabricação das cápsulas compostáveis de Dolce Gusto NEO.

A unidade tem 57% de seu quadro de colaboradores composto por mulheres. Além disso, foi a primeira planta da Nestlé no Brasil a ter uma diretora de fábrica. A fábrica mineira é referência em sustentabilidade e foi a primeira da Nestlé no mundo a conquistar impacto ambiental neutro em três dimensões: água, resíduos e emissão de carbono.

Construída estrategicamente ao lado da unidade de Leite Moça, utiliza 100% da água fornecida por ela, sem recorrer a fontes potáveis da natureza. Além disso, todos os resíduos gerados no processo de fabricação são destinados à reciclagem, compostagem ou coprocessamento, garantindo que não haja impacto negativo ao meio ambiente.

No começo de setembro, a Nestlé havia anunciado outro aporte, de R$ 1 bilhão, para ampliar e modernizar sua unidade processadora de café solúvel no País, em Araras (SP). O investimento vai ampliar em 10% a capacidade de produção de solúvel da companhia.

A produção de café solúvel da Nestlé na unidade do interior paulista é destinada a 65 países.

A empresa emprega mais de 30 mil pessoas no Brasil e tem 18 unidades industriais em operação localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, além de 12 centros de distribuição.