Com margens melhores, produção recorde de fertilizantes e crescimento de volume de vendas, a multinacional Yara atingiu bons números no segundo trimestre de 2025.

O lucro líquido da companhia saltou de US$ 3 milhões para US$ 413 milhões. O faturamento da companhia aumentou 11,4% no período, passando de US$ 3,5 bilhões no segundo trimestre do ano passado para US$ 3,9 bilhões agora.

O Ebtida (sigla para lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) antes de itens especiais também apresentou resultado positivo entre março e maio deste ano. O indicador subiu 27% em relação ao número registrado no mesmo período do ano passado, passando de US$ 513 milhões para US$ 652 milhões, sob impulso de margens mais altas e custos fixos mais baixos.

No recorte por regiões onde a Yara tem presença, o melhor desempenho de Ebitda veio das Américas, com US$ 239 milhões, que representou um avanço de 43% na comparação anual, impulsionado por maiores volumes, menores custos fixos e margens mais elevadas.

Em seguida, aparece a Europa, com Ebitda de US$ 128 milhões, alta de 45% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O crescimento foi sustentado por margens melhores e redução de custos, que compensaram queda registradas nas entregas.

Já a operação na África e Ásia registrou Ebitda de US$ 90 milhões, 16% acima do valor apurado um ano antes. O resultado reflete margens mais altas na Ásia e redução de custos fixos. As entregas cresceram 2% no período, puxadas pelas vendas para países africanos como Gana e Quênia.

O volume de produção de praticamente todos os itens da companhia – com exceção de superfosfato simples – aumentou no segundo trimestre deste ano, passando de um volume total de 4,7 milhões de toneladas de produtos para 4,8 milhões de toneladas fabricadas entre março e maio deste ano.

As entregas também aumentaram, passando de 6,1 milhões de toneladas para 6,2 milhões de toneladas, um aumento de 4%.

Na Europa, o volume de entreegas diminuiu 4%, passando de 2,2 milhões de toneladas para 2,1 milhões de toneladas, mas esse recuo foi compensado por uma entrega maior nas Américas, que fechou o período com 2,8 milhões de toneladas entregues.

O Brasil deu uma contribuição importante para esse crescimento, com alta no volume de entregas que passaram de 1,1 milhão de toneladas entregues há um ano para 1,3 milhão de toneladas agora.

Dessa forma, o faturamento da Yara no Brasil foi de US$ 850 milhões no segundo trimestre deste ano, montante 31,9% mais alto que os US$ 644 milhões registrados no mesmo período de 2024.

Em relação às tendências de mercado, a companhia observa que, nos mercados de nitrogênio, os preços da ureia seguem acima da média histórica, mesmo com a queda nos preços de grãos e a retomada das exportações chinesas, que somaram cerca de 2 milhões de toneladas no segundo trimestre.

Na Europa, as entregas da indústria aumentaram 1% na comparação anual, enquanto a Yara reportou crescimento de 5% em suas entregas na temporada europeia.

O mercado de nitrogênio segue impulsionado pela demanda, diz a Yara, os preços da ureia seguem acima da média histórica, mesmo com a queda nos preços de grãos e a retomada das exportações chinesas, que somaram cerca de 2 milhões de toneladas no segundo trimestre.

A companhia também observa estabilidade nas importações de nitrogênio no Brasil. Dessa forma, a demanda do segundo semestre de 2025 vai depender fortemente do comportamento do mercado da Índia, cujos estoques estão abaixo dos níveis registrados há um ano, "devido às vendas domésticas mais fortes, menor produção e importações reduzidas."

O custo do gás natural para a Yara deve ser mais alto em relação ao ano passado, sendo US$ 60 milhões mais caro no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano e US$ 10 milhões mais caro no quarto e último trimestre do ano.

A Yara também trouxe atualizações sobre o seu programa de redução de custos de US$ 150 milhões até o fim de 2025, anunciado há um ano.

A companhia disse agora que vai conseguir fazer mais cortes de custos do que havia previsto anteriormente, fechando o ano com uma economia estimada em US$ 180 milhões, 20% superior ao que havia sido projetado originalmente. O capex estimado para 2025 foi revisado para baixo, passando de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,1 bilhão.

Em julho do ano passado, a Yara se desfez de ativos de produção e comercialização de fertilizantes líquidos NPK no Brasil para a FassAgro, do grupo ENG. O valor e os ativos envolvidos na operação não foram divulgados na ocasião.

Resumo

  • Lucro líquido da Yara saltou de US$ 3 milhões para US$ 413 milhões no segundo trimestre deste ano, com alta de receitas e de margens e custos mais baixos
  • Brasil contribui com crescimento de entregas e receita de US$ 850 milhões, impulsionando resultado nas Américas
  • Programa de corte de custos, que previa economia de US$ 150 milhões até o fim do ano, supera meta original e deve chegar a US$ 180 milhões