Mais uma empresa do setor de fertilizantes enfrenta problemas financeiros. Com dívidas de R$ 647,8 milhões, a goiana Adubos Rifertil entrou com um pedido de recuperação judicial nesta semana.

A informação foi divulgada inicialmente pela Argus Media e confirmada pelo AgFeed. No pedido de recuperação judicial, protocolado na última terça-feira, dia 22 de abril, na 2ª Vara Cível de Rio Verde, em Goiás, a Rifertil teria alegado que sofreu com uma soma de fatores negativos como o câmbio desfavorável, a queda nos preços dos fertilizantes e condições ruins de mercado que levaram a empresa a pedir RJ.

A Rifertil teria ressaltado, no documento, que o setor de fertilizantes vem enfrentando uma série de desafios desde 2022, quando os preços dispararam – primeiro, sob efeito da pandemia de Covid-19 e, depois, com a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Com a posterior queda nos preços, a Rifertil alega que passou a enfrentar problemas de fluxo de caixa.

Além disso, a companhia alega que a seca que afetou os produtores goianos entre o fim de 2023 e o começo de 2024 trouxe falta de liquidez e aumento da inadimplência e também teriam prejudicado os negócios.

Outro fator apontado pela Rifertil no pedido de RJ teria sido a depreciação do real frente ao dólar durante a segunda metade do ano passado, que teria aumentado o endividamento da empresa, já que uma boa parte de sua operação envolve negócios na moeda americana.

Com presença em 24 estados brasileiros, a Rifertil foi criada em Rio Verde pelo empresário Dario Sérgio Borges em 2000.

Além da matriz, possui duas filiais, nas cidades de Catalão (GO), que foi inaugurada em 2011, e Maruim (SE), que passou a operar em 2013.

Juntas, essas unidades produzem 750 mil toneladas de fertilizantes por ano, segundo informações disponibilizadas pela empresa em sua página na internet.

O AgFeed entrou em contato com a Rifertil, mas empresa informou que não iria comentar o assunto.

A Rifertil não é a única empresa do setor a enfrentar dificuldades.  A Fertilizantes Heringer, que já foi uma das maiores do País, pediu recuperação judicial em 2019. Dois anos depois, foi comprada pela multinacional Eurochem, mas ainda enfrenta dificuldades.

No início do mês a Heringer decidiu paralisar mais três unidades e agora já são seis plantas sem operação.

Outra grande empresa do setor, a Nutrien, estaria negociando a venda de suas cinco fábricas de fertilizantes no País – depois de ter interrompido a operação de três dessas unidades no ano passado. A empresa já tinha colocado suas operações na Argentina, Uruguai e Chile à venda.