O empresário Rubens Ometto parece ter iniciado o cumprimento da promessa de reduzir o endividamento da Cosan após a venda, na semana passada, de 4,05% que a companhia detinha na mineradora Vale por R$ 9,1 bilhões.

A empresa informou nesta quarta-feira, 22 de janeiro, que o conselho aprovou o resgate antecipado e voluntário de R$ 850 milhões em debêntures emitidas em julho de 2021 a partir de 6 de fevereiro.

À época, a companhia emitiu R$ 2 bilhões desses títulos de dívida em três séries. A primeira série, de R$ 750 milhões, cujo resgate foi anunciado, tem vencimento em 15 de agosto de 2028, com amortização em duas parcelas a partir de agosto de 2027, e são remuneradas pelo DI +1,65%. A remuneração proporcional será paga no resgate antecipado.

As duas outras séries, de R$ 1,25 bilhão no total, têm prazo final em agosto de 2031, mas a companhia não informou se irá adotar a mesma estratégia de recompra.

A operação de redução do endividamento ocorre por causa da alta dos juros, o que pressiona o endividamento da Cosan. No balanço mais recente da Cosan, a dívida líquida é de R$ 21,7 bilhões e a bruta de R$ 24,2 bilhões. Com a venda da fatia na Vale, a Cosan reduziria em até 42% esse endividamento.

“A Vale é um ativo extraordinário e confio muito na nova gestão. Entretanto, o patamar atual da taxa de juros nos obriga a reduzir a alavancagem da Cosan”, relatou Ometto na semana passada após a venda.

“Considerando a atual taxa de juros no Brasil, ficou difícil apostar em uma valorização expressiva do mercado acionário. A Vale é um ativo de altíssima qualidade e muita liquidez, e a Cosan está em uma trajetória clara de redução de alavancagem”, completou Marcelo Martins, CEO da Cosan.

Após atingir R$ 9,30 no dia da venda da fatia na Vale, as ações da Cosan perderam força, atingiram as mínimas históricas, mas fecharam em R$ 7,73 nesta quarta-feira, baixa de 0,26% no dia.