Ribeirão Preto (SP) - Mais de 50 startups, quase 30 fundos e cerca de 400 participantes. Do ponto de vista numérico, foi esse o balanço da segunda edição do Rural Summit.
O evento – organizado pela Rural Ventures, em parceria com The Yield Lab e Arara Seed, e com apoio do AgFeed – reuniu players do ecossistema do agro tecnológico no Dabi Business Park, hub de inovação local, na semana passada, em uma programação paralela à realização da Agrishow na cidade.
Da primeira edição, em 2023, pra cá, o Rural Summit dobrou de tamanho. Mais importante que isso, porém, é a evolução qualitativa.
“Conseguimos levar para dentro do Summit produtores, da ponta da cadeia, que estão utilizando tecnologia, além de startups que fazem diferença no mercado, inovando e trazendo tech para o agro”, comemorou Fernando Rodrigues, sócio da Rural Ventures.
“E, entre os mais de 30 fundos, tivemos até mesmo alguns que não olham geralmente para o agro, mas conseguiram se relacionar com essas empresas”.
Olhando no detalhe dos participantes, Kieran Gartlan, sócio do The Yield Lab, identificou outro ponto que fez diferença na edição 2024: a maior maturidade das empresas participantes, seja no lado das startups, seja na presença dos investidores.
“Ficamos muito felizes com a presença dos corporate ventures, por exemplo”, avaliou. “Eles são muito importantes para o ecossistema, pois muitas vezes investem em coisas que não são tão atraentes para os fundos de venture capital, mas que podem ser para o produtor, por conta do tempo de maturidade”.
Das quase 60 agtechs presentes, Gartlan observou que, enquanto em 2023 a imensa maioria era de empresas iniciantes, este ano havia uma boa distribuição entre companhias nas etapas de pré-seed, seed e série A.
“Esperamos que isso continue para o ano que vem, com foco diversificado e não só com soluções agronômicas, mas que tenham impacto dentro e fora da porteira e em ESG. Isso é importante, pois inclui mais oportunidades de investimento de fundos de impacto e de empresas que têm essa responsabilidade com o consumidor.
O Rural Summit foi dividido em duas etapas. Na primeira, pela manhã, aconteceu o "agrimatching", com a coordenação do Cubo Itaú, em que as startups presentes se dividiram, por segmentos de atuação, para rodadas de conversas com os investidores interessados em conhecer mais do negócio e dos executivos.
Durante a tarde, o evento trouxe debates e plenárias para tratar do universo dos investimentos no agro, bem como o cenário para o Venture Capital no País.
No palco e na plateia, representantes de grupos de peso, seja no segmento financeiro, seja no agroindustrial, com nomes, como Fábio Xavier, da Astoria, Gregory Riordan, diretor digital da CNH para a América Latina, Pedro Terêncio, diretor executivo da Agro Pastoril Paschoal Campanelli, Fabio de Rezende Barbosa, CEO da NovAmérica, Thiago Mendes, sócio da Barn Investimentos, e Álvaro Rodriguez, da Suzano Ventures, entre outros.
Para Rodrigues, da Rural Ventures, o balanço do evento foi “muito positivo” por conta das conexões geradas durante o dia entre os presentes. Opinião corroborada por Danilo Lombardi, CEO da Agroboard, para quem o Summit superou suas expectativas. “Fizemos conexões interessantes e demonstramos nosso produto, tanto com potenciais clientes e parceiros quanto com investidores”, afirmou.